Acmella oleracea é uma planta que tem sido utilizada frequentemente como remédio por populações locais, assim necessitando realização de estudos que comprove atividades reportadas pela etnofarmacologia. Objetivos: Este estudo, buscou investigar as atividades do extrato hidroalcoólico de Acmella oleracea (EHAO) sobre o sistema cardiovascular de ratos. Materiais e Métodos: Cada 200g das partes aéreas da planta foram maceradas em 1L de etanol 70%, em seguida procedia-se a filtração e rotaevaporação. Grupos distintos de ratos Wistar machos recebiam (v.o) doses de 2000 mg/kg ou 5000 mg/kg do EHAO e em seguida realizado o teste hipocrático consagrado na literatura. Após 24 horas o procedimento cirúrgico para implantação de cateteres arterial e venoso, os animais foram acoplados a um sistema de aquisição de dados de pressão arterial e frequência cardíaca, após 30 minutos em estabilização foram administradas as drogas e as variações na PAM e FC foram registradas pelo sistema. Os anéis de artéria aorta isolada de ratos normotensos eram montados em um sistema de cubas para banho de órgãos e estabilizados por 1h sob tensão de 1g, após verificado o endotélio vascular era feita uma contração induzida por 1μM de fenilefrina e no platô dessa era feita a administração do EHAO (100, 300, 600, 1000, 1500, 2000, 2500, 3000, 3500 e 4000 μg/mL) nas cubas com anéis providos de endotélio bem como naquelas com anéis sem endotélio vascular. Também foi feito a mesma abordagem após inibição da produção de NO por L-name ou após antagonismo de receptores muscarínicos com atropina ou após inibição da produção da prostaciclina por Indometacina. Realizou-se ainda ensaios para verificação da resposta do extrato sobre contração induzida por KCl 20mM e por KC l80mM. Foi adotado n= 8. A análise dos dados foi feita pela aplicação da ANOVA, regressão não linear e teste “t” de student, todos no Graphpad Prism 6.0. Resultados: A administração do EHAO até a dose de 5000 mg/kg (v.o) não ocasionou a morte de nenhum animal e não produziu alterações comportamentais significativas. A administração do EHAO (5, 20, 40 e 80 mg/Kg, v.i) induziu significativo (p< 0,01) efeito hipotensor e bradicárdico em ratos. A incubação do EHAO induziu relaxamento significativo (P< 0,01) de modo concentração dependente tanto em anéis com e em anéis sem endotélio vascular, contraídos por FEN, ou pelo KCl. Em preparações contendo anéis com endotélio, o vasorelaxamento não foi modificado após inibição da via de síntese do NO, mas foi significativamente (P< 0,01) diminuído frente ao antagonismo dos receptores muscarínicos bem como frente a inibição da síntese da prostaciclina (P< 0,01). Discussão: Não houve expressão de efeitos tóxicos induzidos pelo EHAO. A diminuição nos parâmetros de pressão arterial e frequência cardíaca sugere que o EHAO atua como portente agente hipotensor e bradicárdico. Os receptores muscarínicos e a via da produção das prostaciclinas estão significativamente envolvidos no efeito vasorelaxante do EHAO. O vasorelaxamento das contrações dadas pelo KCl80 e o relaxamento ainda maior sobre as contrações do KCl20, evidenciam que parte do efeito vasorelaxante do EHAO em aorta de rato, foi também devido ao bloqueio a canais de Ca2+ e mais acentuadamente pela abertura de canais de K+. Conclusão: Sem apresentar efeitos tóxicos, EHAO induz hipotensão e bradicardia em rato, induz relaxamento significativo em aorta de rato. Parte do efeito relaxante envolve a participação das prostaciclinas e a atividade dos receptores muscarínicos endoteliais. O efeito do EHAO está também ligado a abertura de canais de K+ e ao bloqueio a canais VOCCs. É essencialmente necessária a realização de estudos com outros modelos e outras abordagens para vislumbrar maior consistência para validar subprodutos e metabólitos dessa planta.