Introdução: As descargas periódicas epileptiformes lateralizadas (PLEDs) são definidas como espículas ou ondas agudas que se repetem em intervalos algo regulares. Este padrão está associado com doenças agudas, principalmente em pacientes críticos. Objetivo: Avaliar a frequência de PLEDs em uma série de EEGs analisados de forma consecutiva realizados em pacientes adultos internados em UTI e enfermaria de nove hospitais da cidade de Niterói - RJ, bem como suas características demográficas (idade e gênero), motivo de solicitação do exame, nível de consciência no momento da realização do exame e características eletrográficas. Método: Estudo observacional, retrospectivo e descritivo. Os eletroencefalogramas foram analisados consecutivamente entre julho de 2012 e abril de 2013 na cidade de Niterói, RJ. Resultados: Foram realizados 790 EEG durante os 10 meses de avaliação. Foram incluídos para análise 441 EEG. Destes, 21 EEG apresentaram PLEDs, cinco BiPLEDs e três GPEDS. A frequência de PLEDs foi de 5,11%. A média de idade dos pacientes que apresentaram PLEDs no EEG foi de 80,4 anos, ocorrendo em 90,4% em mulheres. Rebaixamento do nível de consciência foi observado em 95,7% no momento do exame e o restante foi realizado sob sedação. Os motivos para solicitação do EEG foram rebaixamento do nível de consciência (52,4%) e suspeita da estado de mal epiléptico não convulsivo (47,6%). Quanto as características eletrográficas, os PLEDs ocorreram no hemisfério direito em 48,4%, no esquerdo em 41,9% e na linha média em 9,7%. Em relação a localização específica, houve predomínio na região temporal (22,6%). Quanto a duração, predominaram os contínuos, abundantes e frequentes. A morfologia de ondas agudas foi observada em 96,7%, com amplitude média de 88,4μV, e taxa de repetição média de 1,2/s. A evolução dos PLEDs para um padrão de crises não convulsivas foi observada em 15,4% dos EEGs. Conclusão: Neste estudo a frequência de PLEDs em uma população adulta internada em UTI foi de 5,11%. Os PLEDs foram encontrados mais em idosos e em coma, sendo mais frequente em mulheres. Na maioria das vezes, os PLEDs foram registrados no hemisfério direito, na região temporal, com morfologia de ondas agudas, de amplitude média e taxa de repetição de 1/s. Em 15,4% dos EEGs houve evolução dos PLEDs para um padrão de crise eletrográfica.