Fármacos inibidores do receptor SGLT2 reduzem a glicemia ao provocarem glicosúria, porém aumentam as concentrações plasmáticas de glucagon e betahidroxibutirato. O glucagon atua no fígado e não tem efeito relevante sobre a lipólise periférica e a liberação de ácidos graxos livres como substrato para cetogênese, ação essa atribuída ao GH. Objetivo: avaliar a participação do GH no aumento da produção de betahidroxibutirato em pacientes com pré-diabetes ou DM2 tratados com empagliflozina 25mg ao dia. Materiais e métodos: Ensaio clínico com seguimento por 28 dias, do qual participaram 17 Indivíduos com mais de 18 anos, homens e mulheres, com pré-diabetes ou DM2, índice de massa corporal entre 25 e 40 kg/m2, HbA1c> 5,7 e <11%. Foram excluídos os pacientes que: utilizavam antidiabéticos orais exceto metformina, com presença de microalbuminúria ou doença renal crônica, gestação, cirurgia bariátrica prévia, doença hepática ou cardíaca com repercussão no controle glicêmico, disfunção tireoidiana descontrolada. Intervenção: o estudo foi dividido em 3 testes. Obtiveram-se amostras de sangue nos tempos: -60, 0, 30, 60, 90, 120, 180, 240 minutos, primeira amostra em jejum e as seguintes após refeição padronizada nos 3 testes: 1. baseline, 2. tratamento com empaglifozina (10mg/ 21 dias) e 3. tratamento com empaglifozina (10mg/ 28 dias) + bloqueio do GH pelo pegvisomanto 30mg. Foram mensurados os valores de insulina, glicose, triglicerídeos, glucagon, GH, colesterol total e frações, AGL, betahidroxibutirato e IGF-1. Resultados: o uso da empaglifozina por 21 dias reduziu os valores plasmáticos de glicose, insulina, triglicerídeos e aumentou os valores plasmáticos de glucagon e betahidroxibutirato. A administração de pegvisomanto restaurou as concentrações de betahidroxibutirato a valores plasmáticos semelhantes aos do baseline. Conclusão: nossos dados sugerem que o GH desempenha um papel permissivo no aumento das concentrações plasmáticas de β-hidroxibutirato em pacientes tratados empagliflozina.