Na tentativa do alto aproveitamento dos nutrientes dietéticos para a expressão do máximo potencial genético das aves, os programas nutricionais estão se utilizando de adventos biotecnológicos, como enzimas exógenas pelos possíveis efeitos positivos na melhora do desempenho em reflexo à melhor metabolizabilidade e saúde intestinal dos frangos de corte. Desta forma, esse estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a inclusão de fitase e
xilanase (FX) em dietas com redução de energia metabolizável (EM) e ajustadas para fósforo (P), cálcio (Ca) e sódio (Na) sobre a metabolizabilidade das dietas, desempenho, rendimento de carcaça e cortes, morfometria e saúde intestinal e perfil bioquímico sérico de frangos de corte. Foram utilizados 250 frangos, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamentos e cinco repetições de 10 aves cada. Os tratamentos foram: dieta controle positivo – exigência nutricional completa e sem FX, dieta controle negativo - redução de 100 Kcal/kg de EM, 0,15% de P, 0,165% de Ca e 0,035% de Na sem FX e dietas com reduções de 50, 100 e 150 Kcal/kg de EM, P (0,15%), Ca (0,165%) e Na (0,035%) com FX. A alimentação das aves com a dieta controle negativo piorou os coeficientes de metabolizabilidade dos nutrientes em relação aos demais tratamentos. O coeficiente de metabolizabilidade do P e da proteína foram superiores em todos os tratamentos que receberam FX com redução de EM, P, Ca e Na. O desempenho na fase pré inicial não foi influenciado, com exceção do consumo de P. Nas fases posteriores, a dieta controle negativo reduziu o desempenho e pesos absolutos da coxa e sobrecoxa, dorso e asas. Nas dietas com redução de 100 Kcal/kg de EM e ajustadas para P, Ca e Na, a adição de FX melhorou o desempenho a partir da fase inicial. Não houve efeito significativo dos tratamentos avaliados sobre a morfologia da mucosa intestinal, exceto para o tamanho do vilo do íleo que reduziu ao adicionar as enzimas nas dietas com redução energética em 100 Kcal/kg. A associação das enzimas com a redução energética não alterou contagem bacteriana total, sendo identificadas as enterobactérias E. coli, K. ozaenae e P. mirabilis na microbiota intestinal para todos os tratamentos. Aos 21 dias de idade, a concentração de colesterol, P e triglicerídeos séricos foram alterados pelos tratamentos avaliados, sendo que aos 42 dias apenas os níveis de P foram prejudicados pela redução energética sem suplementação de enzimas. Conclui-se que, com a inclusão de fitase (500 FTU/kg) e xilanase (16.000 BXU/kg) nas dietas de frangos de corte é possível reduzir em 150 Kcal/kg a EM, 0,15% o P disponível,
0,165% o Ca e em 0,035% o Na e, melhorar a metabolizabilidade dos nutrientes sem prejudicar o desempenho, o rendimento de carcaça, principais cortes nobres, a morfometria e microbiota intestinal e o perfil bioquímico sérico. A redução de EM em 100 Kcal/kg e de 0,15% de P digestível, 0,165% de Ca e 0,035% de Na sem suplementação de FX prejudica o perfil bioquímico sérico de frangos de corte.