Os animais domiciliados vêm sofrendo uma humanização nos últimos tempos. Cada vez torna-se mais comum a identificação destes como filhos, ou “eternas crianças”. Pesquisas focadas na microbiota do trato respiratório superior de cães saudáveis, mostraram um vasto número de bactérias, inclusive algumas ditas patogênicas, habitando a cavidade nasal de cães ainda filhotes e considerados saudáveis. Dentre estes micro-organismos, os Staphylococcus sp. têm uma maior importância em termos de patogenicidade, principalmente levando-se em conta que algumas espécies de estafilococos atuam como comensais em animais e humanos, habitando pele e mucosas saudáveis, além de serem oportunistas. Mesmo os cães não recebendo grandes doses de antibióticos, estes animais também podem carregar os Staphylococcus sp. resistentes a meticilina e transmití-los aos seus tutores, ou a outros cães. O objetivo do presente trabalho foi verificar o perfil de resistência aos antimicrobianos em amostras de Staphylococcus coagulase positiva e coagulase negativa isoladas da microbiota nasal de cães domiciliados, principalmente a meticilina. Foram coletados swabs nasais de 100 cães domiciliados e considerados humanizados da zona urbana na microrregião de Umuarama, Paraná. Seus tutores assinaram um termo de consentimento e responderam a um questionário contendo informações sobre seu comportamento em relação ao animal. Cada amostra foi semeada em meio de Baird Parker e incubada a 37 ºC por 48 horas para isolamento de Staphylococcus sp. Cada colônia foi submetida a análise das características macroscópicas, microscópicas e provas bioquímicas, permitindo fazer a classificação em Staphylococcus coagulase positiva e Staphylococcus coagulase negativa. Os testes de susceptibilidade aos antimicrobianos foram realizados e os antomicrobianos avaliados foram amoxicilina (10 μg), azitromicina (15 μg), cefoxitina (30 μg), enrofloxacina (5 μg), eritromicina (15 μg), gentamicina (10 μg), oxacilina (1 μg), reprentado as meticilinas, penicilina (10 U), sulfazotrim (25 μg) e vancomicina (30 μg). E realizado o cálculo do índice da multirresistência geral. Dentre os 100 isolados de Staphylococcus sp., obteve-se o total de 46 coagulase positiva, e 54 coagulase negativa, do quais, 30 e 11 amostras, respectivamente, foram identificados como oxacilina resistentes. Foram testados 10 antibióticos por amostra, somados, foram 337 resistências nas 100 amostras, ou seja, o índice de multirresistência dessas amostras foi igual a 0,337, sendo o limite 0,199. O índice de multirresistência das amostras foi altíssimo, e considerado um risco para o ambiente e para seus proprietários, provando que deve haver uma maior busca por conhecimento dos mecanismos de transmissão dos micro-organismos dado seu nível de relevância a saúde única.