INTRODUÇÃO: O exercício contínuo aeróbico é o modo mais recomendado para a prevenção e tratamento da obesidade. Nos últimos anos o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) tem sido aclamado como uma alternativa de tratamento da obesidade, visto propiciar benefícios similares a protocolos contínuos com uma menor demanda temporal, contudo não esta claro na literatura científica se indivíduos com obesidade apresentam ajustes similares a indivíduos eutróficos em resposta ao HIIT. OBJETIVO: Analisar os efeitos da obesidade sobre indicadores de saúde cardiometabólica de adultos jovens submetidos a uma sessão de HIIT. MÉTODOS: Estudo experimental conduzido com 10 indivíduos obesos (GO) (idade: 24 ±1,6 anos; índice de massa corporal [IMC]: 34,6 ±4,4 Kg/m²; consumo pico de oxigênio [Vo2pico]: 33,5 ±13,3 ml/Kg/min) e 10 eutróficos (GE) (idade: 23 ±3,3 anos; IMC: 23,1 ±3,9 Kg/m²; Vo2pico: 48,7 ±5,5 ml/Kg/min). Os voluntários foram submetidos a uma sessão de HIIT em esteira rolante composta por 03 series de 06 minutos com 06 sprints de 30 segundos a intensidade correspondente a 100% da máxima velocidade aeróbia (MVA) (identificada em teste de carga crescente), com intervalo de recuperação ativa de 30s a 50%MVA, seguidos por 4 minutos de recuperação passiva (6 minutos). Antes, imediatamente após, duas horas após e 24 horas após a sessão de HIIT foram realizadas medidas de pressão arterial, frequência cardíaca, glicemia, triglicerídeos, colesterol total, lipoproteína de alta densidade (HDL), aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase e Tryglicerides e Glucose Index (TyG). RESULTADOS: Não foram verificadas diferenças entre os grupos para glicemia (Grupo: P= 0,874; Tempo: P= 0,200; GrupoXTempo: P= 0,188). Verifica-se redução dos valores de colesterol total após 24 horas no GO (P= 0,008) pré (218,6 ±66,0) e pós 24h (199,6 ±66,3). Porém a obesidade demonstra impacto significativo sobre a pressão arterial sistólica (Grupo: P< 0,001; Tempo: P< 0,001; GrupoXTempo: P= 0,138), pressão arterial diastólica (Grupo: P= 0,034; Tempo: P= 0,377; GrupoXTempo: P= 0,018) pré (GE: 63,9 ±2,3; GO: 70,3 ±2,3); P=0,055) pós (GE: 60,4 ±2,3; GO: 76,5 ±2,4; P<0,001), frequência cardíaca (FC) (Grupo: P= 0,835; Tempo: P< 0,001; GrupoXTempo: P< 0,001) sendo que duas horas após o HIIT a FC do GO (82,6 ±3,9) se mateve mais elevada em comparação a do GE (61,7 ±3,6) (pos-hoc bonferroni P< 0,001) e duplo produto cardíaco (Grupo: P= 0,019; Tempo: P< 0,001; GrupoXTempo: P< 0,001) onde observou-se valores mais elevados no GO(28.486 ±1.762) em comparação ao GE(24.110 ±1.076) (pos- hoc bonferroni P< 0,001). CONCLUSÃO: A magnitude das alterações cardiometabólicas é acentuada em indivíduos com obesidade em resposta ao exercício intervalado de alta intensidade, embora sem repercussões clínicas relevantes para a saúde do indivíduo.