O gênero Equisetum, com aproximadamente 30 espécies, sendo as mais comuns, E. conhecidas popularmente como cavalinha, rabo de hyemale, E. arvense e E. giganteum, cavalo, podendo ser encontradas no Brasil, nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. No Brasil, não é raro a utilização dessas espécies pela população, especialmente em busca do efeito diurético, que supostamente elas apresentam. As espécies E. hyemale (EH) e E. giganteum (EG) são predominantes da região centro-oeste do Brasil, sendo amplamente utilizadas pela população. OBJETIVO: avaliar a toxicidade oral aguda e verificar a atividade diurética do extrato etanólico das espécies vegetais E. giganteum (EEEG) e E. hyemale (EEEH) (Equisetaceae), em ensaios pré-clínicos. MATERIAIS e MÉTODOS: Foram utilizadas ratas Wistar adultas, pesando de 190 a 210 g, mantidas em Biotério climatizado em temperatura 24 ± 2 ºC, ciclo claro escuro com 12 h, com água e ração à vontade. Para o teste de toxicidade aguda foi empregada dose 2000 mg/kg de cada extrato (p.o./gavage) e dose única em três animais agrupados em caixas de polipropileno, com duração de 14 dias e, no final do experimento, foram retirados os rins e fígado, pesados e avaliados macroscopicamente, conforme OECD 423. Para avaliar a atividade diurética, os animais foram divididos em grupos (n = 5/grupo), sendo 3 grupos tratados com doses diárias de 20, 40 e 80 mg/kg para cada extrato, por 8 dias, mais 1 grupo controle positivo (furosemida 20 mg/kg) e um grupo controle negativo (solução fisiológica). A cada dois dias foram coletadas amostras de urina dos animais e realizados os testes físico-químicos. Ao término dos experimentos, todos os animais foram anestesiados, submetidos à coleta de sangue por punção cardíaca, para a determinação + + - dos eletrólitos Na , K e Cl no soro, ensaios de rotina em amostras de urina (pH, densidade, proteínas, glicose, leucócitos e hemoglobina), além de serem medidos o consumo de ração, de água e a produção de excretas (urina e fezes), diariamente. Posteriormente, os animais foram submetidos à eutanásia por deslocamento cervical. RESULTADOS:Os animais que receberam os extratos etanólicos não apresentaram nenhum sinal de intoxicação, seja motor ou comportamental. O grupo tratado com EEEG apresentou um aumento significativo do volume urinário (p < 0,05) com hipercalemia para as doses de 40 e 80 mg/kg. Entretanto, o EEEH não apresentou atividade diurética e os animais demonstraram um aumento siginificativo de 11,90% de sódio e de 15,10% de cloreto sanguíneo. CONCLUSÃO: Os extratos etanólicos de Equisetum giganteum e E. hyemale podem ser considerados de baixa toxicidade e enquadradas na Classe GHS 5 de toxicidade. Demonstrou-se efeito diurético para E. giganteum, enfatizando que, provavelmente, uma espécie não pode ser substituída pela outra.