A queda do idoso é um problema de saúde pública que traz implicações consideráveis para o idoso e seu cuidador. Este estudo teve por objetivo analisar as práticas de prevenção de quedas de idosos realizadas por cuidadores informais e os fatores associados. Estudo transversal analítico, desenvolvido em cinco unidades de Estratégia Saúde da Família da região Norte do Município de Cuiabá-MT, com 97 cuidadores informais de idosos. Esses cuidadores foram selecionados por amostragem não probabilística a partir dos critérios: ser cuidador informal e principal do idoso, idade igual ou superior a 18 anos. Os dados foram coletados nos domicílios dos cuidadores nos meses de junho a agosto de 2017, por meio da entrevista, com questionário elaborado pela pesquisadora e validado por um comitê de 9 juízes. A variável dependente do estudo é práticas de prevenção de quedas realizadas pelo cuidador e as variáveis independentes as características demográficas e socioeconômicas, condições de saúde e da função do cuidador e variáveis relacionadas ao idoso receptor de cuidado. Os dados foram organizados em banco de dados com dupla digitação seguida pelas análises descritiva, bivariada e múltipla utilizando o método de Regressão de Poisson para identificar os fatores associados. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Júlio Muller, parecer nº 1.978.887 em 23/03/2017 e está vinculado ao PROCAD Edital n 071/2013. Dos 97 cuidadores entrevistados, a maioria (72,2%) encontra-se na faixa etária de 40 e 69 anos, (85,6%) é do sexo feminino, 47,4% são casados ou em união estável, 71,1% possui 9 anos ou mais de estudo, 60,9% recebem de 1 a 3 salários mínimos, provenientes do trabalho, aposentadoria e pensão. Em relação às condições de saúde do cuidador, 40,2% autoavaliam seu estado de saúde como bom, e 70,1% referiram possuir problemas de saúde. Metade (50,5%) dos cuidadores faz uso regular de medicamentos, 77,7% de 1 a 3 medicamentos. Em relação às características do idoso receptor de cuidado mais da metade (57,8%) dos idosos encontra-se na faixa etária de 80 anos ou mais, a maioria (74,2%) possui déficit cognitivo, 40,2% possuem dependência modificada com assistência de até 25% e independência modificada (25,8%) conforme Medida de Independência Funcional (MIF). Em relação às quedas, 42,3% dos idosos referiram queda nos últimos 12 meses, 90,7% apresentam alto risco de quedas. A maioria (60,8%) dos cuidadores é o filho/filha, 73,2% referiram não possuir experiência anterior e 44,4% exerce a função por um tempo de <1 a 4 anos. A prevalência de práticas de prevenção de quedas foi de 26,8% e teve associação estatisticamente significativa com as variáveis: anos de estudo (p=0,027), estado civil (p=0,047) e as atitudes dos cuidadores (p=0,037). Conclui-se que a prevalência dos cuidadores que realizam práticas de prevenção de quedas é baixa, cuidadores com 0 a 8 anos de estudo, estado civil casado e com atitudes não favoráveis apresentaram maiores prevalência de não prática.