A robustez da molécula de DNA, aliado ao fato de que ela contém informação digital, torna-a ideal como fonte de identificação que resiste ao tempo e às agressões ambientais impostas a amostras presentes em locais de crime, porém esses mesmos fatores fazem com que essas amostras apresentem DNA em baixa concentração e com degradações em sua estrutura química. A recuperação de material genético de remanescentes de esqueletos humanos é parte essencial para a identificação humana forense, pois a identificação genética pelo DNA é um método que supera todos os outros métodos existentes, dentre eles, a identificação por impressões digitais e a identificação por arcada dentária. Para que se tenha êxito na obtenção de DNA de amostras de ossos degradados e se obtenha um eletroferograma com a quantidade mínima de marcadores recomendados pela comunidade científica forense, é imprescindível que se proceda a técnicas mais modernas de extração e purificação de DNA. Dentre essas técnicas, temos a desmineralização de ossos e dentes pulverizados em moinhos específicos, seguida de extração orgânica tradicional, em que não se consegue a lise total das células, o que muitas vezes gera perfis eletroforéticos incompletos. Considerando, que na área forense, é iminente a necessidade de obtenção de DNA de ossos e dentes por
meio de protocolos simples e eficazes, o presente trabalho pretendeu aperfeiçoar o método de descalcificação desses materiais biológicos, de modo a se conseguir um DNA de alta qualidade em amostras de ossos antigos, já nas primeiras tentativas de extração, gerando eletroferogramas com a detecção de alelos em todos os marcadores recomendados pela comunidade forense. Nesse sentido, o nosso protocolo de extração alternativo mostrou-se eficiente, pois possibilitou o isolamento de DNA de alta qualidade de um osso de 17 anos de inumado e de dentes de 3 anos de inumado, de modo a apresentar um perfis genéticos completos com os sistemas PowerPlex Fusion 6C e PowerPlex Fusion, ambos da empresa Promega Corporation e com o sistema GlobalFiler® da empresa Life Technologies. Em relação ao DNA de toque, quando um crime é cometido, o autor pode depositar algumas células da pele em objetos presentes na cena de crime. Se o objeto tocado é coletado, possíveis evidências ali existentes podem ser
identificadas pela análise do DNA de toque, possibilitando-se ligar o criminoso à cena do crime. Para a coleta de DNA de toque em cenas de crime ou em laboratórios forenses de testes para DNA, algumas técnicas convencionais são utilizadas, porém estas têm se mostrado muitas vezes ineficiente, pois esse tipo de amostra biológica apresenta escasso número de células e consequente baixa quantidade de DNA que geralmente é deixada nos
suportes, quando da realização da coleta. Outro problema verificado é a contaminação por amostras biológicas de outras pessoas, por esses motivos, para obtenção de bons resultados de DNA de toque, são necessários adequados coleta e armazenamento desses materiais, bem como, a utilização subsequente de uma técnica de extração ideal para se recuperar o maior número de cópias de DNA possível. Diante do exposto, registramos a patente n.º BR 10 2018 071232 2, que tem por finalidade precípua a produção de um kit contendo coletores e solução extratora para DNA de toque, presente em amostras biológicas humanas coletadas em locais de crime em diferentes suportes, com finalidade de vinculação biológica criminal forense.