A indução do parto visa concentrar os nascimentos para melhor acompanhamento das
parturientes e primeiros cuidados aos neonatos e assim diminuir a mortalidade dos cordeiros.
Contudo, mesmo que a técnica de indução de parto, com administração de dexametasona, tenha
sido descrita com sucesso desde o final da década de 70, existem poucos estudos que relatam a
influência desta técnica sobre o desenvolvimento do parto e a vitalidade neonatal em ovinos da
raça Santa Inês. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar a eficácia da dexametasona
em duas doses (oito e 16mg), para a indução do parto de ovelhas Santa Inês com 145 dias de
gestação e avaliar os seus efeitos nas características do parto e da vitalidade neonatal dos
borregos provenientes de parto induzido. Para este estudo foram utilizadas 58 ovelhas, criadas
em sistema extensivo nas fazendas experimentais da UFBA, com prenhez confirmada após
inseminação artificial em tempo fixo ou monta controlada. Essas fêmeas foram separadas em
três grupos, de acordo com a dose de dexametasona administrada e um grupo controle (G1: 0
mg, G2: 8 mg e G3:16 mg). Destes partos nasceram 79 cordeiros que foram avaliados quanto à
vitalidade pelo escore APGAR, comportamento pós-natal (intervalo de tempo entre o parto e o
decúbito esternal, ficar em estação e a primeira mamada), peso e temperatura. Foram avaliados,
também, o período do delivramento, número de cotilédones e o peso da placenta após o
delivramento. Os dados foram analisados pelo programa estatístico Statistical Analysis System
(SAS v. 9.1.3®, 2002) sendo considerado para todas as análises o nível de significância de 5%.
Os nascimentos dos grupos induzidos ocorreram em média com 48,4 ±22,1 horas após a
indução, enquanto que as fêmeas com parto não induzido pariram em média 131,96 ±41,9 horas
após aplicação do placebo (p<0,05), confirmando a eficácia de ambas as doses para indução do
parto. Não ocorreram diferenças no parto em relação à estática fetal, tempo para o delivramento
e peso da placenta nos diferentes grupos. Os neonatos oriundos dos partos induzidos e não
induzidos apresentaram níveis semelhantes de vitalidade (P>0,05). Com este estudo, concluise
que a indução de parto em ovelhas da raça Santa Inês aos 145 dias de gestação com oito e 16
mg de dexametasona é uma técnica eficaz e que não altera o trabalho de parto nas ovelhas e à
vitalidade dos neonatos.