MORAES, D. C. Desenvolvimento de um novo método in vitro para controle de qualidade
de protetores solares e otimização do processo de extração de compostos fenólicos
antioxidantes do cranberry (Vaccinium macrocarpon A.). 2018. 122f. Tese (Doutorado).
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Ribeirão
Preto, 2018.
O objetivo, no capítulo I deste trabalho, foi desenvolver e validar um novo método
espectrofotométrico in vitro para a avaliação da eficácia de protetores solares, o qual pode ser
adotado na rotina industrial como uma maneira de identificar desvios de qualidade e garantir a
eficácia de protetores solares a cada novo lote produzido. O método proposto é baseado na
absorção espectrofotométrica na região do UV (280-400 nm) de uma camada fina de protetor
solar aplicada na face externa de uma cubeta de quartzo preenchida com uma solução padrão
(SP) que absorve em toda a região do UV, a fim de obter uma medida de área sob a curva
(ASC), empregada como valor de referência para cada FPS testado. Para o desenvolvimento do
método, foram utilizados protetores solares da mesma marca, com valores de FPS de 15; 20;
30; 40; 50 e 60, o qual foi aplicado sobre a face externa da cubeta a uma concentração de 0,2
mg/cm2
. A SP consistiu de uma solução de quercetina (10 µg/mL) à qual foram adicionadas 6
gotas de solução de AlCL3 6%. A partir do espectro de absorvância de cada amostra na região
de UV foi calculado o valor da ASC. O método demonstrou ser reprodutível, robusto e eficaz
para controle de qualidade de protetores solares. Outro importante objetivo desse estudo,
descrito no capítulo II, foi determinar as condições ótimas para a extração de compostos
fenólicos do cranberry em pó utilizando metodologia de superfície de resposta, empregando
quatro variáveis independentes: (i) tempo de extração; (ii) proporção planta:solvente; (iii)
temperatura e (iv) velocidade de agitação, segundo desenho experimental do tipo Box-Behnken,
com análise de três respostas: teor de polifenois totais (TPT); atividade antioxidante (CI50;
DPPH) e teor de sólidos totais (TST). As condições ideais obtidas foram: tempo de extração 5
horas; proporção planta:solvente 1:2; velocidade de agitação 80 RPM e temperatura 45°C,
correspondendo aos valores preditos de 433,1 mg/g; 0,100 mg/mL e 19,9% para o TPT; CI50
DPPH e TST, respectivamente. Em seguida, o extrato otimizado de cranberry foi avaliado com
relação à sua atividade fotoprotetora/fotoquimioprotetora. Os resultados apresentados neste
trabalho demonstraram que o extrato otimizado de cranberry apresenta elevado potencial
antioxidante ao inibir a quimioluminescência (CI50 de 0,202 ± 0,32 µg/mL) e reduzir a
peroxidação lipídica (CI50 de 32,6 ± 5,8 µg/mL). No ensaio de DPPH, obteve-se uma CI50 de
136,7 ±6,8 µg/mL. Reduziu em 41% a peroxidação lipídica em células L929. Além disso, o
extrato incorporado a uma formulação gel-creme, apresentou elevado potencial fotoprotetor in
vitro