A globalização econômica constitui uma das principais características do mundo contemporâneo, por isso a inovação se tornou indispensável enquanto fonte de competitividade. Países, estados e regiões veem-se desafiados a desenvolver seus potenciais de mercado, nos quais o conhecimento é protagonista. Catalisador para esse desenvolvimento, o ecossistema de inovação é um organismo dinâmico adaptativo, que cria, consome e transforma conhecimento e ideias em produtos inovadores, pela geração contínua de novos negócios, em uma matriz complexa de interrelações. Nesse contexto, esta pesquisa teve como objetivo caracterizar o desenvolvimento do ecossistema de inovação da região de Chapecó. Para tanto, realizou-se um estudo de caso exploratório-descritivo que possui abordagem mista (entrevista e formulário), junto a 23 profissionais, representantes de 43 instituições envolvidas com o ecossistema de inovação e empreendedorismo da região de Chapecó. Para investigar as seis dimensões do ecossistema – suporte, cultura, finanças, governo/políticas, capital humano, mercado –, foram utilizados o modelo teórico proposto por Silva (2017), adaptado de Bitencourt, Batista e Souza (2014) e Isenberg (2010), via formulário, e a análise de dados por estatística descritiva simples. Para verificar a robustez dos elementos essenciais ao ecossistema, de acordo com Isenberg (2010), realizou-se entrevista semiestruturada com análise de conteúdo, com o auxílio do software ATLAS ti8. Os achados empíricos indicam que a região possui características peculiares em alguns aspectos, o que pode ser justificado pela influência do associativismo e cooperativismo ao longo do tempo, estabelecendo um dogma sobre questões mais inovadoras de mercado, sendo que a desconfiança, em muitos casos, dificulta a inserção de novas concepções e modelos de negócio mais contemporâneos, tendências mundiais. Em relação às dimensões, revelou-se grau mediano de maturidade, recaindo sobre finanças o menor grau atribuído; já a melhor avaliação, incidiu sobre capital humano, sinalizando que a região apresenta boa formação profissional e acadêmica, mesmo que recente, o que projeta boas oportunidades para a criação e abertura de novos mercados, com alto potencial de desenvolvimento. Por fim, a análise dos dados permitiu apontar uma lacuna latente entre academia e setor produtivo, bem como a necessidade do estreitamento das relações entre a Tríplice Hélice, condição que deve ser fortalecida no ecossistema de inovação da região de Chapecó, já que apresenta características que revelam grande potencial. A região superou dificuldades logísticas com o associativismo e o cooperativismo, e hoje é referência em produção e exportação de proteína animal, no entanto, as economias contemporâneas vêm exigindo mais celeridade e novos produtos para atender demandas emergentes, o que exige abertura para novos modelos de negócios, os habitats de inovação, modelos mais dinâmicos e céleres, para um mundo contemporâneo.