A pecuária leiteira nacional está em constante evolução e os gestores da atividade buscam cada vez mais a profissionalização no setor. A análise econômica de qualquer atividade agrícola é importante para novos investimentos e para tomada de decisão, sendo que a estimação de indicadores técnicos e econômicos são ferramentas que facilitam as comparações entre as propriedades leiteiras e os diferentes sistemas de produção. Mediante o exposto, o objetivo deste trabalho foi de avaliar e comparar os custos de produção, renda agrícola e a qualidade do leite produzido entre os sistemas de produção intensivo semiconfinado (SC) e intensivo confinado nos modelos Free-Stall (FS) e Compost Barn (CB). Foram avaliadas 27 propriedades leiteiras, sendo 9 no modelo SC, 9 CB e 9 propriedades no modelo FS durante os anos de 2016 e 2017, na microrregião de Passo Fundo/RS, ligadas a uma cooperativa parceira do estudo. A metodologia para avaliação e análise econômica do estudo seguiu os procedimentos recomendados por Lima, e para qualidade do leite foram coletadas informações oriundas das análises mensais em atendimento a Instrução Normativa 62, oferecidas pelos laticínios que adquirem leite, e posteriormente foram realizadas análises físico-química e de nitrogênio ureico do leite, em amostras mensais de leite cru refrigerado dos tanques. O experimento foi conduzido em um delineamento inteiramente casualizado, com 3 tratamentos e 9 repetições por grupo. Os efeitos dos sistemas de produção foram testados por contrastes ortogonais para comparar o semiconfinados VS confinado e os sistemas confinados entre si. Valores de P<0,05 foram considerados significativamente diferentes e valores entre 0,05 e 0,10 foram considerados como tendência. O custo de produção por litro de leite produzido foi de R$ 0,90, 0,92 e 0,79 respectivamente para FS, CB e SC e o custo total de produção incluindo mão de obra contratada, arrendamento, depreciação e taxas e financiamento foi de R$ 1,12, 1,11 e 0,99 respectivamente para FS, CB e SC, sendo ambos menores no sistema SC ((p<0,05), relacionado principalmente ao custo relacionado a nutrição e alimentação do rebanho por litro de leite, sendo de R$ 0,68, 0,69 e 0,60 respectivamente para FS, CB e SC por litro de leite. Houve diferença significativa (p<0,05) no volume de leite produzido por área, superior nos sistemas confinados em relação aos sistemas semiconfinados. Os valores foram de 34.719 litros, 23.2014 e 15.193 litros por ha respectivamente para FS, CB e SC. Houve uma tendência (P<0,1) na renda agrícola por área ser maior nos sistemas confinados em relação aos semiconfinados. Na média dos sistemas, os teores de gordura, proteína, CCS, CBT, ureia (NUL) foram de 3,68%, 3,26%, 595 CCS/mL de leite, 196 UFC/mL de leite e 12,90 mG/dL de NUL, sendo que os indicadores de qualidade do leite que tiveram diferença significativa (p<0,05) entre os sistemas confinados e os semiconfinados foram a prova do álcool 78,06, 77,88 e 74,44 (% v/v) respectivamente para FS, CB e SC e acidez titulável nos valores de 17,19, 16,61 e 16,17. Houve diferença significativa (P<0,05) e tendência (P<0,1) para proteína do leite e CCSLog10 respectivamente, nos sistemas confinados entre si. A produção leiteira apresentou melhores custos de oportunidade da terra e da mão de obra comparativamente a outros segmentos sendo que o sistema FS apresentou melhores índices técnicos e econômicos devido ao volume de leite produzido principalmente por área, e também em relação ao sistema CB, que por ser relativamente novo no Brasil, possui potenciais para melhorar os indicadores deste sistema.