O Brasil é o terceiro maior produtor e o primeiro exportador mundial de carne de frango. Visando garantir o aumento da produção, torna-se necessário o controle da sanidade avícola, lesões no sistema respiratório, como a aerossaculite, dificultam a dinâmica respiratória das aves e trazem risco de morte. A aerossaculite e septicemia que, na sua maioria, são alterações decorrentes de doenças respiratórias ocasionadas por infecção por Escherichia coli. Além do aumento da taxa condenações, aves com aerossaculite ocasionam risco de contaminação das carcaças com patógenos no processamento. Diante disso, o Serviço de Inspeção Estadual ADEPARÁ, desempenha um importante papel, o de garantir um produto de origem animal dentro dos padrões exigidos pela legislação. Com base no exposto, este estudo teve como objetivo verificar a relação existente entre a inspeção visual, a análise microbiológica, a fim de isolar e identificar E. coli, além de detectar genes de virulência de resistência sérica (iss) e hemaglutinação (tsh) através de uma multiplex PCR (Reação em Cadeia de Polimerase) em carcaças de frangos de corte, provenientes de um abatedouro avícola no estado do Pará. Os registros foram agrupados em tabelas tomando-se como base o número de aves abatidas mensalmente, de acordo com a natureza das condenações, apresentou um índice de 50,54 % e 60,45 % relacionadas a causas patológicas e as de origem não patológicas, corresponderam a 49,54 % e 39,55 %, nos anos de 2014 e 2015 respectivamente, indicando que ocorreram falhas no manejo sanitário nos plantéis de criação das aves. Das aves condenadas foram selecionas 30 carcaças oriundas de frangos condenados na linha de inspeção, com suspeitas de aerossaculite, pelo técnico do Serviço de Inspeção. Para o processamento das amostras, foram usados três órgãos de cada frango, sendo: traqueia, fígado e pulmão. Foram utlizados três técnicas de diagnósticos diferenciados: método convencional, PCR e exame histopatológico. Dos 30 frangos condenados, foram isolados E. coli em 100%, 97% e 80%, respectivamente amostras de traqueia, pulmão e fígado pelo método convencional. Após a confirmação da presença do agente nas amostras, foi realizada a pesquisa de genes, onde constatou com a utilização da mutiplex PCR, os genes tsh (670pb) e iss (720pb) devidamente amplificados, nos três órgãos das aves 1, 19 e 22, caracterizando uma infecção mista, assim como foram identificados 7/30 aves os dois fatores de virulência apenas nos órgãos respiratórios, o gene de virulência que apresentou mais frequência foi o tsh amplificando 670pb em 7/30 aves nos órgão respiratórios, não foram amplificados os genes pesquisados em 4/30 aves, mostrando ausência em todos os órgãos das mesmas, ressaltando que nos 17 figados estudados não houve amplificação de nenhum dos fatores de virulência, certificando que as aves não apresentavam quadro de septicemia. Os resultados demostraram que a técnica proposta para a pesquisa dos fatores de virulência foi eficiente, visto que os genes alvos foram detectados tanto nos controles positivos quanto nas amostras. Quanto à extração de DNA, a metodologia testada revelou-se apropriada para ser utilizada como etapa essencial de execução da m-PCR. Além disso, utilizando o diagnóstico histopatológico detectou-se a predominância de
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heterófilos e mononucleares na traqueia (30/30), no pulmão (27/30) e no fígado (4/30), onde praticamente não foi diagnosticada nenhuma alteração, diferentemente dos órgãos respiratórios. Conclui-se, diante dos resultados obtidos, indica que a Multiplex PCR para os genes de virulência tsh e iss apresenta um grande potencial na caracterização de isolados de E. coli, com isso faz-se necessária a utilização de tecnologias para identificação e prevenção de E. coli nos aviários e matadouros avícolas.