Introdução: Esforços educacionais realizados por profissionais de saúde e voltados para adolescentes e seus pais auxiliam na tomada de decisão sobre vacinação para o Papillomavírus Humano (HPV), beneficiando o processo de implantação e cobertura vacinal no território. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o conhecimento e aceitabilidade dos profissionais de saúde na Amazônia Ocidental sobre a vacina para Papillomavírus Humano (HPV).
Método: Estudo analítico transversal realizado no Sistema Assistencial à Saúde da Mulher e da Criança, no Acre entre janeiro e março/2017. Participaram do estudo 196 profissionais de saúde, com aplicação de instrumento de coleta contendo 31 questões sobre HPV, suas repercussões clínicas na mulher e vacina para o HPV. O escore geral médio dos médicos foi de 85,4 (dp=5,4) e dos outros profissionais de saúde de 80 (dp=17,6), não havendo diferença de acerto entre os profissionais.
Resultados: Foram entrevistados 196 profissionais da saúde divididos em dois grupos, sendo 39,8% (n=76) médicos e 61,2% (n=120) não médicos. Na população geral, demonstrou-se 98% (IC95% 94,5; 99,3) de conhecimento sobre o HPV. Houve lacuna de conhecimento sobre o esquema vacinal com 61,2% (IC95% 54,0; 68,0) de acerto e sobre a relação entre tabagismo e risco de câncer do colo do útero com 71,9% (IC95% 65,0; 78,0) acertos. Não foram identificadas barreiras à vacinação, onde 95,4% (IC 95% 91,2; 97,7) referem que a vacina não estimula o início precoce da vida sexual. Nas questões: “pacientes que vivem com HIV podem tomar a vacina?” e “pacientes gestantes podem tomar a vacina?”, evidenciaram-se lacunas de conhecimento com 48,5% (IC95% 41,3; 55,7) e 39,8% (IC95% 33,0; 47,0) de acertos, respectivamente. O conhecimento sobre o HPV e sobre a vacina contra o HPV entre médicos e outros profissionais da saúde não foi diferente, sem significância estatística quando ajustada por sexo, união estável, idade e renda (β : -4,2 %; variando de -13,7 para 5,3%); p=0,10).
Conclusão: A aceitabilidade e o conhecimento sobre o HPV e sua vacina foram adequados entre profissionais de saúde médicos e não médicos com lacunas de conhecimentos específicos em relação ao esquema vacinal, uso em indivíduos que vivem com HIV e de cofatores não virais (tabagismo) relacionados à etiologia do câncer do colo uterino.