O estado de Pernambuco se inclui como o segundo com maior efetivo de caprinos da região nordeste com 1.735.051 animais, neste cenário, merece destaque a caprinocultura leiteira. O período de transição nas cabras de leite constitui um dos mais complexos na vida produtiva em função das modificações anatômicas, metabólicas e hormonais que ocorrem, devido a maior demanda energética para atender o crescimento dos fetos e a lactação. Este trabalho objetivou estudar o perfil metabólico e hormonal em cabras leiteiras durante o período do periparto suplementadas com monensina sódica. Foram utilizadas 11 cabras gestantes, da raça Saneen, com peso médio de 50 Kg, clinicamente sadias, subdivididas em dois grupos de forma aleatória; um grupo controle (GC) e o grupo monensina (GM), que recebeu na dieta 40 mg por animal/dia de monensina sódica no decorrer de todo período gestacional e da lactação. As observações clínicas e a colheita das amostras foram efetuadas nos períodos de -30, -15, e -7 dias do parto, no dia do parto, +5, +15 e +30 dias do parto. Os conjuntos das variáveis bioquímicas e hormonais analisadas no soro foram: aspartato aminotransferase (AST), gama glutamiltransferase (GGT), creatina quinase (CK), proteínas totais séricas, albumina, uréia, creatinina, colesterol, triglicerídeos, frutosamina, ácidos graxos não esterificados (AGNE) e β-hidroxibutirato (BHB), além do cortisol e insulina. Também foi realizado ionograma para detecção de Ca total, P, Mg, Ca ionizável, Na e K. As características do fluido ruminal (o pH, teor de cloretos e os ácidos graxos voláteis) foram mensuradas. A análise estatística dos dados foi realizada pelo método da ANOVA com nível de 5% de significância. Ao se analisar a relação acético/propiônico constatou-se diferença estatística (p<0,002), com o GM apresentando relação mais baixa em comparação ao GC. No momento do parto, o GC apresentou valores médios de AGNEs mais elevados que o GM (p<0,003). Quanto aos triglicerídeos, o grupo monensina apresentou valores superiores ao grupo controle (p<0,008) ao longo do experimento. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre os grupos (P>0,05) na análise hormonal, apesar de que o aumento de cortisol e diminuição da insulina no parto foram mais expressivos no grupo controle. Neste estudo não houve influência da monensina sobre os parâmetros físico quimicos do leite. A administração de monensina gerou benefícios nos parâmetros energéticos, melhorando o status metabólico de cabras leiteiras no periparto.