A Duroia saccifera é uma das espécies de plantas que existem na Amazônia. Realizou-se uma coleta de folhas e galhos para a preparação inicial de extratos brutos, utilizando hexano e metanol. Estes extratos foram analisados utilizando cromatografia em camada delgada comparativa (CCDC), ensaios antimicrobiano e de toxicidade frente a Artemia salina para avaliar as possíveis atividades biológicas presentes, e ressonância magnética nuclear (RMN) de 1H com um equipamento de 300 MHz (Bruker). Os resultados obtidos com a CCDC dos extratos hexânicos apresentaram indícios de substâncias com duplas ligações, substâncias aromáticas e terpenos após as placas serem reveladas com UV -365 nm, vapor de iodo e sulfato cérico (Ce(SO4)2) respectivamente. Após a comparação dos resultados dos ensaios biológicos, foi possível concluir que uma solução de 2 mg/mL do extrato hexânico das folhas (DS-HFo) apresentou uma maior atividade antimicrobiana que os restantes, especialmente frente os microrganismos Salmonella enterica, Propioniubacterium acnes e Enterobacter cloacae, além disso, nos espectros de RMN de 1H desse extrato, observaram-se sinais característicos de metoxilas em anéis aromáticos (3,60 até 3,80 ppm) e de hidrogênios ligados a carbonos com duplas ligações isoladas entre 5 e 5,5 ppm. Este extrato foi fracionado empregando uma coluna filtrante de sílica e os solventes: hexano (HEX), diclorometano (DCM), acetato de etila (AcOEt) e uma lavagem com metanol (MeOH). As frações obtidas foram analisadas por CCDC e posteriormente a terceira fração foi refracionada utilizando uma coluna de sílica com proporção de 1:120. Após a avaliação com CCDC das subfrações obtidas encontraram-se indícios de substâncias aromáticas nas frações 6 até a 9, estas foram reunidas e consequentemente analisada por RMN de 1H. No espectro observaram-se picos em 12,66 ppm, região característica de hidrogênios quelados, dois duplos dupletos em 7,02 e 8,08 ppm característicos de hidrogênios em anéis aromáticos e três singletos em 3,86, 3,88 e 3,90 ppm, pertencentes a metoxilas também de anéis aromáticos. Apoiado nos espectros de 13C e bidimensionais foi possível a identificação do flavonoide 5-hidroxi-3, 4’,7- trimetoxiflavona. Embora já tenham sido descritos na literatura a presença de derivados do kaempferol na família Rubiaceae, este é o primeiro relato desta substância na espécie e na família. Após o fracionamento com sílica, a terceira fração foi refracionada utilizando numa coluna de Sephadex LH-20 com uma proporção de 1:10. Na análise de CCDC foi observada uma coloração laranja nas frações 8 até a 11 após a adição do reagente de Dragendorff. As frações foram reunidas, porém devido a sua alta interação com sílica, estas foram refracionadas utilizando Alumina neutra com uma proporção de 1:120. Após o fracionamento, as frações obtidas foram analisadas com CCDC, e foi possível identificar na subfração 13 a revelação com reagente de Dragendorff. Esta fração foi analisada com RMN de 1H encontrando sinais em 7,53 e 7,72 ppm característicos de hidrogênios em posição orto de anéis aromáticos com nitrogênios substituídos e no espectro de 13C foi observada a presença de sinais em 142,78 e 142,80 ppm pertencentes a carbonos quaternários nas posições C2 e C8a de anéis bicíclicos com nitrogênio substituído na posição 1. Com ajuda destas informações e complementando com as correlações observadas nos espectros bidimensionais, foi proposta a estrutura molecular de um alcaloide derivado da quinolina que não possui relatos na literatura consultada.