Diante de um novo contexto econômico, as organizações tendem a unir suas forças, seja para otimizar processos e tecnologias, seja para ampliar seu mercado. Assim, adotam configurações diversas, para garantir sua sustentabilidade. Neste estudo, a combinação assumida foi a de fusão entre as empresas A e B, formando a AB, de sondagem e perfuração de poços, ambas localizadas no estado de Minas Gerais. A fusão consiste em operações de ofertas públicas de aquisição de ações ou em reestruturações societárias que tenham resultado em troca de ações ou em aporte de capital ou de ativos (BNDES, 2016). A partir de um processo de fusão, a mudança é constante, inerente e indispensável para a transformação organizacional. Este estudo tem por objetivo identificar, descrever e explicar o nível de aceitação e o de resistência dos empregados quanto ao processo de fusão em uma empresa de sondagem e perfuração de poços, com abrangência predominante nos estados de Minas Gerais e Pará. Esta pesquisa se caracteriza como descritiva e explicativa, na medida em que utiliza a abordagem quantitativa, por meio de estudo de caso. A coleta de dados se deu por meio de um questionário composto por dados demográficos e ocupacionais e por questões referentes à fusão das empresas (modelo de medida de resistência à mudança, validado por Marques, 2011), respondido por uma amostra de 249 indivíduos de um universo de 1.232. Foram considerados dois grupos: de gestores (gerentes, coordenadores e supervisores) e de ocupantes de cargos operacionais (técnicos de mineração, técnicos de segurança do trabalho e sondadores). Ao todo, foram 85 gestores (56 em Minas Gerais e 29 no Pará) e 164 operacionais (85 em Minas Gerais e 79 no Pará). Os dados foram analisados por meio de estatística, análises de correlação (correlação de Spearman), regressão linear múltipla e estatística descritiva. Os dados demográficos e ocupacionais também foram tratados pela estatística descritiva. Os resultados da pesquisa apontaram, em média global, aceitação e cooperação (a de concordância foi de 73,9% e a de discordância foi de 26,1%), inconsistência e inconclusão (50,8% de discordância e 49,2% de concordância), ameaça ao convívio social (para discordante e concordante, foram de 80,7% e 19,3%, respectivamente), consistência percebida (os percentuais para concordância e discordância foram de 41,8% e 58,2%, respectivamente) e resistência do grupo (os percentuais foram de 83,6% para discordância e de 16,4% para concordância), Para a variável experiência anterior com mudança, 81,9% dos pesquisados foram discordantes e 18,1% foram concordantes quanto ao processo de fusão pelos empregados. Foi identificada, ainda, uma diferença moderada na percepção dos empregados paraenses quando comparados aos mineiros em todos os construtos atribuídos; ou seja: menor aceitação e cooperação e maior inconsistência/inconclusão, ameaça ao convívio social, inconsistência, resistência do grupo e experiência anterior com mudança. De forma global, o estudo apontou que o processo de fusão, tanto para os empregados de Minas Gerais quanto para os do Pará, não alterou a vida profissional dos envolvidos. Para 32,5% as mudanças foram benéficas para sua vida profissional, apesar de 8,8% sentirem-se prejudicados com a mudança implantada. Ocorreu uma diferença de 0,9% entre Minas Gerais e Pará (59,4% contra 58,5%).