As úlceras de pressão são lesões formadas pela inflamação induzida por isquemia e reperfusão (IR) e dano gerado por espécies reativas de oxigênio. O ácido cafeico fenetil éster (CAPE) é um extrato da própolis com potencial anti-inflamatório e antioxidante. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do CAPE no reparo tecidual de úlceras de pressão induzidas por ciclos repetidos de IR em camundongos. Para isto, camundongos Swiss machos (n=44) foram submetidos a um modelo não invasivo de úlcera de pressão induzida por dois ciclos de IR. Após a formação das úlceras, um grupo de animais foi tratado intraperitonealmente com 5 μmol/kg de CAPE (n=22) (grupo CAPE) e um outro grupo recebeu apenas solução veículo (n=22) (grupo controle), diariamente até o fim do experimento. As úlceras foram fotografadas, medidas e coletadas e processadas para histologia 3, 7 e 12 dias após o último ciclo de IR (d3, d7, d12), ou congeladas e lisadas para bioquímica em d3, d7 e d12, ou lisadas em reagente TRIzol para extração do RNA mensageiro em d3. A diferença entre resultados foi avaliada com intervalo de confiança de 95%. A administração de CAPE acelerou a expressão proteica de NOS-2, NO, COX-2 e TNF-α e a expressão gênica de TNF-α. O CAPE acelerou as expressões gênica e proteica e a atividade de NF-κB quando comparado com o grupo controle. Além disso, o CAPE acelerou a infiltração de macrófagos e neutrófilos ao longo do experimento na área da úlcera quando comparado ao controle. O CAPE aumentou a expressão proteica de NRF2 em d12, reduziu a peroxidação lipídica em d3, d7 e d12, reduziu a expressão de pró-elastase neutrofílica d3 e d7, acelerou a expressão de nitrotirosina e de MMP-1 e MMP-12 durante o experimento e aumentou a expressão de MMP-8 em d3, d7 e d12 em relação ao controle. O CAPE reduziu a expressão de VEGF em d3 e aumentou a angiogênese em d3 em relação ao controle. O CAPE aumentou a expressão de TGF-β1 em d3, reduziu o volume de miofibroblastos em d12, aumentou a proliferação de queratinócitos em d3 e reduziu em d7, e reduziu a proliferação celular na derme em d12 quando comparado ao controle. Além disso, a administração de CAPE aumentou a deposição de colágeno do tipo III em d3 e d7 e de colágeno do tipo I em d12, reduziu a porcentagem de área lesionada original em d3, d7 e d12 e aumentou a área re-epitelizada em d12 em comparação ao controle. Em conclusão, a administração do CAPE acelerou o reparo tecidual de úlceras de pressão induzidas por ciclos de IR em camundongos. Dessa forma, o CAPE melhorou o reparo tecidual de úlceras de pressão.