Este trabalho tem como objetivo mapear, descrever e analisar, em uma perspectiva
Geossociolinguística, A Variação Lexical do Português Brasileiro Falado na Terra Indígena
Wajãpi, no Estado do Amapá. O estudo aqui proposto adotou o modelo e os procedimentos de
análise que consideram os princípios da Geolinguística e da Dialetologia Pluridimensional
(CARDOSO, 2010; RAZKY, 1998) e (RADTKE e THUN, 1996). Para tanto, o corpus foi
coletado por meio da aplicação do Questionário Semântico Lexical (QSL) do Projeto Atlas
Linguístico do Brasil (ALiB) 2001, no qual contém 202 questões, distribuídas em catorze
campos semânticos, mas que foram adaptadas para melhor cumprir os objetivos da pesquisa
em tela, foram então, consideradas 121 questões, aplicadas a 20 informantes, quatro de cada
ponto de inquérito; nas comunidades de Aramirã, Pairakae, CTA, Mariry, Kurani’yty, com
perfil estratificado de acordo com sexo, idade e escolaridade; o primeiro grupo é composto de
um homem e uma mulher, na faixa etária de 18 a 30 anos, não alfabetizados ou alfabetizados
até a 8ªsérie do ensino fundamental; o segundo grupo, também composto por um homem e
uma mulher, na faixa etária de 40 a 70 anos, não alfabetizados ou alfabetizados até a 8ªsérie
do ensino fundamental. Com base na análise dos resultados, constatou-se que apesar da
produtividade de língua portuguesa ser frequente pelos homens mais idosos, notou-se que
existe um baixo processo de aprendizagem do português pelos falantes de primeira faixa
etária (MA) e (FA), isso se deve ao fato de que eles ainda preservam a língua materna, pois
percebeu-se que existe um índice elevado de sem respostas (SR).