O avanço da especialização na dermatologia veterinária tem
permitido que diagnósticos mais precisos e precoces venham sendo alcançados. O
exame histopatológico é um grande aliado ao médico veterinário no diagnóstico das
dermatopatias, já que, em alguns casos, é o único capaz de esclarecer as alterações
do tecido lesionado. No capítulo 1, objetivou-se coletar dados retrospectivos das
dermatopatias em cães e gatos atendidos em uma clínica dermatológica veterinária,
no município de João Pessoa – Paraíba. Todos os animais passaram por coleta de
dados minuciosa no histórico e anamnese. Nos cães e gatos, o exame
histopatológico foi solicitado apenas nos casos em que não foi possível diagnosticar
a dermatopatia por citologia, teste da fita de acetato, tricograma e cultura fúngica, ou
quando sua indicação representasse a melhor opção. As obtenções de amostras
foram feitas com a utilização de punch ou bisturi e o protocolo anestésico variou
conforme a localização anatômica da lesão e o tipo de patologia envolvida. Nos 30
cães estudados houve predomínio de neoplasias (19 casos – 59.38%), seguido de
doenças inflamatórias (7 casos – 21.88%), autoimunes (3 casos – 9.38%),
infecciosas (2 casos – 6.25%) e mucinose folicular (1 caso – 3.13%). Nos felinos, as
dermatopatias foram divididas em neoplásicas (5 casos - 55,55%), alérgicas (2
casos – 22.22%), inflamatórias (1 caso – 11.11%) e dermatopatias infeciosas (1
caso – 11.11%). Nos cães, o tumor com maior participação foi o mastocitoma e nos
felinos, o carcinoma de células escamosas. No capítulo 2, objetivou-se revisar as
causas de fotossensibilização e dermatite alérgica em animais de produção no
Nordeste, através de estudo retrospectivo. No segundo capítulo foram revisados
diagnósticos em ruminantes e equídeos, arquivados no Laboratório de Patologia
Veterinária da Universidade Federal da Paraíba. Apenas animais com manifestações
cutâneas foram incluídos no estudo. Estes foram divididos quanto ao sexo e idade.
Em relação à epidemiologia, a época do ano de ocorrência da doença e fatores
ambientais foram definidos, assim como a prevalência total das dermatites
associadas à fotossensiblização e hipersensibilidade alérgica. Casos de
fotossensibilização primária foram diagnosticados em caprinos, bovinos, asininos,
equinos e ovinos, todos associados à ingestão da planta Froelichia humboldtiana, e
foi mais grave nos asininos. Brachiaria decumbens, Enterolobium contortisiliquum e
Lantana camara foram as plantas envolvidas nos casos de fotossensibilização
secundária. Os casos de dermatites alérgicas restringiram-se a cinco ovinos e um
equino e tiveram como causa a picada de insetos culicoides (Culex spp). Não houve
relação com sazonalidade e as principais queixas dos criadores para todos os
animais envolvidos nestes casos foram o prurido e o desconforto. A histopatologia
demonstrou ser uma ferramenta de diagnóstico precisa para o diagnóstico das
doenças de pele de animais companhia e animais de produção. As neoplasias são
as principais doenças de cães e gatos na área do estudo. A Fotossensibilização
iv
causa sérios problemas para os rebanhos do Nordeste do Brasil e é causada
principalmente por Froelichia humboldtiana, acomentendo tanto os ruminantes
quanto os equídeos.