SOUZA, L.P. 2018. 111p. Bloqueio de plexo braquial em gatos: avaliação de técnicas e comparação de diferentes concentrações de Bupivacaína. Tese (Doutorado em Ciência Animal) – Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Lages, 2018. A utilização do bloqueio de nervos periféricos associado a técnicas avançadas tem trazido resultados favoráveis na medicina, entretanto na veterinária há evidente escassez de informações sobre o exposto, por esse motivo, o presente estudo objetivou numa primeira fase avaliar trinta e dois felinos alocados aleatoriamente em quatro grupos correspondentes as técnicas de aplicação “ás cegas”, guiada por neuroestimulador, guiada por ultrassom e ainda uma associação do neuroestimulador com o ultrassom para bloqueio de plexo braquial via axilar em felinos, a fim de avaliar se há diferença entre as técnicas em relação à eficacia e segurança dos bloqueios. Numa segunda fase objetivou-se analisar a possibilidade de se obter um bloqueio de plexo braquial efetivo e seguro com a menor concentração de bupivacaina possível associado à técnica do estimulador de nervos perifericos guiado por ultrassom. Para isso, foram estudados vinte e quatro felinos alocados aleatoriamente em três grupos que receberam o bloqueio de plexo via axilar com múltiplas injeções de bupivacaína nas concentrações de 0,5%, 0,25% e 0,125%. Em ambas as fases foram avaliados os tempos de latência sensitiva e motora, e tempos de bloqueio sensitivo e motor. Os resultados na primeira fase demonstram que o bloqueio de plexo braquial é efetivo em todos os métodos. Não houve diferença estatística entre os grupos em relação ao tempo de latência sensitiva, já a latência motora demonstrou semelhança entre os grupos AC e US e NE e NE+US. O tempo total de bloqueio sensitivo demonstrou diferença significativa entre os grupos AC e US, sendo que no grupo US a média do tempo total de bloqueio foi de 443,13 minutos em relação a 278,14 minutos do grupo AC. O tempo de latência motora também demonstrou diferença significativa dos grupos que utilizam métodos avançados (Grupo NE= 289,38 minutos, US=325,63 minutos, NE+US= 307,50 minutos) em relação ao grupo AC (175,63 minutos).Foi possível concluir que esse tipo de bloqueio em gatos promove analgesia evidente somente na região da mão e que o método guiado por ultrassom com múltiplas injeções demonstra tempos de bloqueio, em geral, equivalente à técnica guiada por estimulador de nervos periféricos, entretanto com a fundamental vantagem de um procedimento mais seguro com menos ou nenhum efeito adverso. Já na segunda fase o bloqueio foi efetivo em todas as concentrações sendo que tempos de latência sensitiva e motora dos grupos 0,5% e 0,25% foram abaixo da média descrita na literatura (8,13 minutos, 16,88 minutos de latência sensitiva e 15 minutos e 12,5 minutos de latência motora respectivamente), já o grupo 0,125%, apresentou latência sensitiva e motora dentro da média de 25 e 22 minutos respectivamente. Os tempos de duração dos bloqueios no presente estudo apresentaram-se dentro da média considerada normal para o fármcaco utilizado, entretanto, alguns pacientes do grupo 0,125% apresentaram perda sensorial sem bloqueio motor. Pode-se concluir que a associação de técnicas avançadas como a ultrassonografia e o neuroestimulador é viável e proporciona um bloqueio seguro e efetivo com baixa concentração de anestésico local (0,125%) onde o paciente apresenta perda da sensibilidade com disfunção motora mínima.