O presente estudo teve por objetivo padronizar e aplicar uma Reação em Cadeia da Polimerase multiplex (mPCR) para detecção simultânea de fraudes e Staphylococcus aureus em carne moída bovina e seus resultados serão apresentados na forma de artigo científico. Para a realização da técnica, primeiramente foi realizada a extração de DNA das carnes e cepa padrão de S. aureus. Para a padronização da mPCR, foram empregados iniciadores específicos para espécie B. taurus (12 SBT-REV2), B. bubalis (12 SBUF-REV2), para ambas as espécies (12 SM-FW) e para S. aureus (COAG2-FOR e COAG3-REV). Para determinar a sensibilidade da técnica foram realizadas diluições seriadas dos respectivos DNAs, que foram submetidas a mPCR. Também foram realizadas fraudes experimentais, com adição de diferentes proporções de carne moída bubalina em carne moída bovina e, adicionalmente, essas carnes foram contaminadas com S. aureus. Para a realização da contaminação, as misturas de carne e de UFCs de S. aureus foram homogeneizadas em 225mL de solução salina 0,1% peptonada (SSP 0,1%), em stomacher, por 60s e incubadas 36±1°C. Coletas de amostras das carnes inoculadas foram feitas a cada 8h, durante 48h, totalizando 6 coletas. Por fim, para avaliar a aplicabilidade da técnica, 99 amostras de carne moída comercialmente disponíveis nos municípios de Belém, Marabá, Marajó e Santarém, estado do Pará e Macapá, estado do Amapá foram coletadas e submetidas a metodologia proposta. Os resultados obtidos demostraram que a mPCR foi capaz de identificar simultaneamente a presença de DNA de S. aureus, B. taurus e B. bubalis em uma mesma reação, com amplificação de fragmentos de 800, 346 e 220 pares de base, respectivamente, apresentando boa sensibilidade, com limiar de detecção de 0,825ng/μL. Na fraude e contaminação experimental foi possível observar a presença de DNAs das 3 espécies a partir do incremento mínimo 5% de carne moída bubalina em carne moída bovina. A análise de amostras de campo demonstrou 8,08% (8/99) de fraude por adição, 3,03% (3/99) de fraude por substituição, 47,47% (47/99) de contaminação por S. aureus e 4,04% (4/99) de amostras com presença de DNAs das 3 espécies. Concluímos que a mPCR descrita foi eficaz em detectar a presença de fraude e de contaminação por S. aureus em carnes, podendo ser utilizada como ferramenta por órgãos de fiscalização e que tanto a fraude quanto a infecção por S. aureus ocorrem na região alvo do estudo.