Introdução: As parasitoses intestinais são doenças cujos principais agentes etiológicos são helmintos ou protozoários, os quais, em pelo menos uma das fases do ciclo evolutivo, localizam-se no aparelho digestivo do homem, podendo provocar diversas alterações patológicas. Objetivo: Avaliar os efeitos de enteroparasitoses no desenvolvimento físico e as repercussões hormonais e imunológicas em estudantes da cidade de Jaboticatubas do Estado de Minas Gerais. Metodologia: A pesquisa foi realizada com a população composta por estudantes da educação básica (escolares) de ambos os sexos, na faixa etária de 5 a 14 anos, matriculados em instituições de ensino da rede pública. Foram realizados exames parasitológicos de fezes – EPF, utilizando os métodos HPJ e Kato-Katz. De acordo com resultado do exame parasitológico os estudantes foram separados em dois grupos: não parasitado e parasitado. Realizou-se avaliação antropométrica (altura, peso, IMC), dosagens hormonais (melatonina e cortisol), dosagens de citocinas (IL-1 IL-6, IL-10, IL-12, IL-17 e TNF-α), quimiocina (IL-8) e mensuração das capacidades físicas (capacidade aeróbia, força muscular dos membros superiores e inferiores e desempenho abdominal). Resultados: Em ambos os grupos estudados (parasitado e não parasitado), os escolares apresentaram média de idade de 9,8±1,1 e 9,9±0,8, respectivamente. Não houve diferença estatística em relação a massa corporal, estatura e IMC. A IL 8 apresentou menor concentração no grupo parasitado, enquanto a IL-12, TNF α e o hormônio melatonina apresentaram maior concentração. IL-1β e IL-6 apresentaram correlação negativa no grupo não parasitado e IL-12 com a melatonina correlação positiva no grupo parasitado. O grupo parasitado apresentou menor desempenho abdominal e maior força muscular dos membros inferiores em relação ao grupo não parasitado. No grupo não parasitado houve correlação entre a citocinas (IL-1, IL-8 e IL-12) com a força muscular dos membros superiores, desempenho abdominal e força dos membros inferiores, respectivamente, enquanto que no grupo parasitado a IL-8, IL-17 e TNFα apresentaram correlação positiva com a capacidade aeróbia e desempenho abdominal. Conclusão: Estes dados sugerem que as infecções parasitárias determinam um perfil de citocinas inflamatórias, e que melatonina pode atuar no controle deste processo no sentido de minimizar danos teciduais. Também devem ser considerados os cuidados com a prática de exercícios físicos, em especial os de desempenho abdominal, o que provavelmente pode estar deficiente em consequência da infecção parasitária.