FRAZILIO, F.O. Estudo funcional renal por meio de biomarcadores e índice de resistividade da artéria renal em cães naturalmente infectados por Leishmania infantum. 2017. 62p. Tese de Doutorado - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, 2017. A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) frequentemente causa glomerulonefrites e nefrites túbulo-intersticiais, nefropatias cujo diagnóstico precoce é limitado pela baixa sensibilidade dos exames tradicionais. O uso de biomarcadores séricos, urinários e o índice de resistividade da artéria renal podem permitir o diagnóstico precoce de lesões glomerulares e tubulares. O objetivo do estudo foi avaliar a cistatina C sérica, a concentração da Gama Glutamil Transferase urinária (GGT urinária), a razão Gama Glutamil Transferase e creatinina urinária (R-GGT/C urinária), e determinar o índice de resistividade da artéria renal (IRAR) em cães com leishmaniose em diferentes estágios da doença renal. Os animais foram classificados em quatro grupos com base nos resultados da razão proteína e creatinina urinária (UP/C) e creatinina sérica. O Grupo 1 (n=15) incluiu cães com creatinina < 1,4 mg/dL e UP/C< 0,5; Grupo 2 (n=13) cães apresentando creatinina < 1,4 mg/dL e UP/C entre 0,5 e 1,0; Grupo 3 (n=16) cães com creatinina <1,4 mg/dL e UP/C> 1,0; Grupo 4 (n=15) cães com creatinina >1,4 mg/dL. Um quinto grupo (n=10) com animais não infectados por Leishmania infantum foi utilizado como controle. As médias da GGT urinária do G3 e G4 foram superiores aos do G1 e controle (p<0,05), enquanto o G2 apresentou média superior ao grupo controle (p<0,05). Os cães do G2, G3 e G4 apresentaram médias da R-GGT/C estatisticamente superiores aos do G1 e controle (p<0,05). Aumentos significativos dos IRAR direita (IRARD) e esquerda (IRARE) só foram observados entre os grupos G4 e controle (p<0,05). Os cães do G4 apresentaram valores médios da cistatina C superiores aos demais grupos (p<0,05) e também houve diferença entre o G3 e grupo controle (p<0,05). Encontramos correlações positivas e significativas, entre a GGT urinária e a R-GGT/C urinária com a UP/C e um bom índice de concordancia entre o IRAR com a GGT urinária e a R-GGT/C urinária, ainda encontramos correlações positivas e significativas entre a cistatina C e UP/C, e entre GGT urinária e R-GGT/C urinária. Conclui-se que a GGT urinária e a R-GGT/C urinária, podem ser ferramentas úteis para detectar e avaliar lesões renais associadas à enfermidade e que a mensuração da cistatina C sérica e IRAR não permite a identificação precoce da doença renal. Porém, verificou-se que a cistatina C pode ser útil quando se deseja monitorar a progressão da doença renal.