Diante das adversidades no desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos, o uso de sistemas na escala nanométrica têm sido largamente estudado, dentre eles, as nanopartículas lipídicas possuem um destaque pelas suas características físico-químicas e biológicas. A partir das nanopartículas lipídicas, surgiram recentemente as nanopartículas lipídicas gelificadas como uma opção para os produtos farmacêuticos, porém ainda descritas com métodos de produção com alta gasto energético. Esse trabalho buscou desenvolver um método de baixo gasto energético, como também avaliar diferentes pares de tensoativos e a influência do agente gelificante no processo de produção das formulações. Foram utilizados óleo de soja como núcleo lipídico, monolaurato de sorbitano, óleo de castor hidrogenado, isoestearato de sorbitano, monooleato de sorbitano, como tensoativos e o ácido 12-hidroxiesteárico, como agente gelificante de baixo peso molecular. Sendo que foram feitos dois grupos através do método de inversão de fases, o que possui o agente gelificante (NOG – Nanopartícula de Organogel) e o que não possui (NE - Nanoemulsão). A avaliação físico-química demonstrou uma ampla variação quanto ao diâmetro médio de gotículas/partículas para ambas as formulações, NE e NOG, (38,3 > 708,07) bem como diferenças significativas dos valores de PdI, sendo que os melhores resultados foram apresentados pelas formulações que possuem óleo de castor hidrogenado como tensoativo primário. Já o potencial Zeta apresenta certa similaridade, assim como o pH das formulações, que não demonstraram diferenças significativas. No teste de estabilidade acelerada através da centrifugação analítica, permitiu observar o comportamento das formulações em um espaço de tempo de 12 meses, sendo claro o processo de desestabilização das formulações que não possuíam óleo de castor hidrogenado. Todas as variações observadas foram principalmente relacionadas às diferenças quanto a composição, especificamente a composição quali-quantitativa dos tensoativos. A análise morfológica foi feita através da microscopia eletrônica de transmissão, na qual todas as formulações avaliadas tiveram um bom comportamento. Na avaliação da viabilidade celular através do MTT as formulações testadas foram tóxicas até a concentração de 0,78%, apresentado a partir dessa concentração uma boa viabilidade celular. O resultados demonstram que a metodologia com baixo gasto energético é eficaz na produção de nanopartículas gelificadas, e as suas características físico-químicas estão diretamente relacionadas as sua composição quali-quantitativa.