O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a produção, composição químico-bromatológica e parâmetros nutricionais de 14 forrageiras alternativas sazonais, assim como os atributos físico-químicos de um cambissolo háplico distrófico, textura franco arenosa, em sistema de produção orgânico durante as estações da primavera, verão e outono. O experimento foi conduzido na fazenda Kingman Farm, unidade experimental da Universidade de New Hampshire – UNH, na cidade de Madbury/NH, região nordeste dos Estados Unidos. Para as variáveis avaliadas nas amostras de plantas e solo na estação da primavera, foi adotado um delineamento em blocos casualizados (DBC), os tratamentos foram as espécies forrageiras: trigo (Triticum aestivum L. cv. Frederick), triticale (x Triticosecale Wittmack), cevada (Hordeum vulgare L), centeio (Secale cereal L) e ervilhaca peluda (Vicia villosa Roth). Nas estações do verão e outono utilizou-se um DBC, em um esquema de parcelas subdivididas, as espécies forrageiras para o verão foram: sorgo BMR (Sorghum bicolor (L.) Moench (BMR)), trigo sarraceno (Fagopyrum esculentum Moench), teff (Eragrostis tef (Zucc.) Trotter cv. Tiffany), milheto japonês (Echinochloa esculenta (A. Braun) H. Scholz), aveia (Avena sativa L cv. Streaker) e chickling vetch (Lathyrus sativus L cv. Ac Greenfix). Para o outono as espécies foram: trigo (Triticum aestivum L. cv. Frederick), triticale (x Triticosecale Wittmack), nabo forrageiro (Raphanus sativus L. var. niger J.Kern), aveia (Avena sativa), canola (Brassica napus L. cv. Dwarf Essex) e crotalária (Crotalaria juncea L). As espécies forrageiras foram consideradas como parcela e a época de coleta a subparcela. As épocas de coleta das plantas foram 33 dias após a neve derreter para a primavera, 34; 42 e 49 dias após a semeadura (DAS) para o verão e 44; 61 e 77 DAS para o outono. As coletas do solo na primavera foram realizadas no dia da coleta das plantas, no verão aos 3; 10 e 48 DAS e no outono aos 7; 36 e 66 DAS. As variáveis analisadas nas plantas foram biomassa de forragem, altura, proteína bruta (PB), proteína solúvel (PS), produção de proteína bruta (PPB), fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN), lignina, digestibilidade verdadeira in vitro (DVIV), fibra em detergente neutro digestível (FDNd), energia líquida de lactação (ELL), taxa de degradabilidade (Kd), valor relativo do alimento (VRA), qualidade relativa da forragem (QRF) e o índice kg de Leite/ton MS. No solo as variáveis avaliadas foram: densidade do solo (Ds), percentagem de agregados, carbono (C), nitrogênio (N), razão C/N, carbono da biomassa microbiana (CBM), pH, capacidade de troca catiônica (CTC), saturação por bases (V%), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K) e fósforo (P). O trigo, o triticale e o centeio são boas opções para serem cultivadas, na primavera. A cevada e a ervilhaca peluda devem ser evitadas. No verão as plantas podem ser coletadas aos 47 DAS sem prejuízos consideráveis. O sorgo BMR, o trigo sarraceno o milheto e a aveia, podem ser cultivas com a finalidade de estender, a estação de pastejo. No outono o cultivo da aveia, do trigo e do triticale são recomendados com a intensão de prolongar a estação de pastejo. O prolongamento da época de coleta das forrageiras aumentou a biomassa, FDA, FDN e lignina, e reduziu a PB. A PPB extrapolada por área é compensatória para a maioria das espécies. A DVIV, a FDNd e a ELL, apresentaram comportamento estável. Os índices de avaliação para as forrageiras, VRA e QRF, apresentaram-se como boas ferramentas para avaliação das forrageiras alternativas. Os teores de N, C e CBM, do solo não sofreram alterações consideráveis quando cultivado com as forrageiras alternativas, os mixes sazonais e o super mixes, não influenciaram esses atributos no período estudado.