Na região Nordeste do Brasil o clima predominante é o semiárido. Nesta região existem várias espécies endêmicas, destacando-se a jureminha (Desmanthus pernambucanus (L.) Thellung), leguminosa que apresenta características desejáveis para a produção animal. Objetivou-se caracterizar anatômica e histoquimicamente três acessos (7G, 50J e 13AU) de jureminha. O material foi coletado no campo experimental da Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST/UFRPE) na estação seca. Os acessos foram selecionados com base na sua produção de biomassa, coletando-se as folhas dos de produção máxima (7G), intermediária (50J) e mínima (13AU). As folhas foram coletadas no 1º e 3º nó do ramo (sentido ápice-base), considerando as idades das folhas em jovem e madura, sendo fracionadas em 5 partes (pecíolo, nectário extrafloral, ráquis, peciólulo e foliólulo), fixadas em FAA 50%, posteriormente desidratadas em série alcóolica crescente, seguindo-se do emblocamento das amostras em historresina LEICA®. As lâminas foram coradas com azul de toluidina para padronização anatômica. Testes histoquímicos foram executados para identificar amido, grânulos proteicos, lipídeos, compostos fenólicos gerais, lignina, alcalóides, taninos condensados e terpenóides. A morfologia do pecíolo variou entre acessos e folhas com maior área total nas folhas do acesso 7G. O nectário extrafloral e peciólulo apresentaram morfologia semelhante nos acessos estudados. Na ráquis, a morfologia do 7G e 50J foi semelhante, em ambas as folhas, enquanto o 13AU diferiu destes. O foliólulo apresentou-se com uma única camada de células epidérmicas e mesofilo dorsiventral, exceto nas folhas jovens do acesso 7G e 50J, sendo caracterizado como homogêneo. Em todas as frações mensuradas, a área ocupada por feixes vasculares foi maior no acesso 7G se comparado aos demais. Os testes histoquímicos para alcalóides, taninos condensados e terpenóides foram negativos. Evidenciou-se a presença de amido, grânulos proteicos, lipídeos, compostos fenólicos gerais e lignina em vários tecidos nas frações estudadas. Observou-se a bainha amilífera rodeando o feixe vascular dos pecíolos, caracterizando a endoderme, além de sua presença no parênquima cortical e/ou medular das demais frações. Grânulos proteicos foram verificados em todos os acessos, exceto nos foliólulos do acesso 7G, no pecíolo e nectário da folha madura do acesso 50J e 13AU. Verificou-se a presença de lipídeos constituindo a cutícula em todas as frações estudadas. Compostos fenólicos gerais ocorreram majoritariamente na epiderme e/ou nas células do parênquima cortical do pecíolo, nectário extrafloral, ráquis e peciólulo. A lignina foi observada em todos os acessos estudados, exceto no foliólulo da folha jovem do acesso 7G. Este composto localizou-se nos elementos de condução do xilema e nas fibras esclerenquimáticas. Existem características anatômicas que justificam a maior produtividade do acesso 7G se comparado aos demais. Os resultados histoquímicos mostram a aclimatação das plantas nativas da Caatinga, levando em conta as várias fontes de estresse.