Atualmente com o crescente desenvolvimento do setor industrial, o problema
da poluição ambiental tem sido de caráter mundial. O meio ambiente vem sofrendo
degradação demasiada causada, principalmente, pelos esgotos domésticos e
industriais que prejudicam o ecossistema aquático. No caso das indústrias têxteis,
além da utilização de corantes durante a etapa de tingimento e consumo de aditivos,
surgem os inconvenientes relacionados com a liberação de corantes não fixados e
não degradados nos processos convencionais de tratamento, que contaminam os
efluentes e, quando não são removidos destes, impedem a passagem de radiação
solar, afetando a biota dos ecossistemas aquáticos. Portanto, a busca por
alternativas de remoção desses corantes de efluentes, gerados durante o tingimento,
tem sido cada vez mais explorada e a técnica da biossorção/adsorção vinculada
com a imobilização de células em materiais naturalmente sólidos e de baixo custo,
têm se apresentado como método mais efetivo e econômico para o tratamento de
efluentes têxteis. Além disso, tem-se utilizado muito a imobilização de células a fim
de que células livres em suspensão fiquem aderidas a superfícies, preferencialmente,
mais densas que o efluente, para que ocorra a decantação e remoção de algumas
moléculas tóxicas do efluente, tendendo, geralmente, a aumentar a eficiência desses
processos. Consequentemente, este trabalho teve como objetivo a remoção do
corante Direct Red 23 (DR 23) através da aplicação das técnicas de
adsorção/biossorção, nos pH`s 2,50; 4,50 e 6,50. O adsorvente utilizado para a
prática da técnica foi o resíduo produzido do lixamento de madeira: a serragem de
peroba, in natura e submetida a três tratamento diferentes, sendo eles, com ácido
sulfúrico, hidróxido de sódio e Polietilenoimina (PEI) onde permanecia em contato
com soluções 2%, de cada um, por 24 horas. Após o tratamento a serragem era
autoclavada, lavada exaustivamente, neutralizada para o pH 7,0 e incubada em
estufa B.O.D a 50°C, por 48horas. A serragem de peroba também serviu para
imobilizar células de Saccharomyces cerevisiae a fim de testar se a imobilização de
células seria mais eficaz ou não para o processo de remoção do corante. A
adsorção/biossorção do corante, bem como a imobilização de células foram
avaliadas após o contato com diferentes quantidades de serragem e corante (por
120 minutos), considerando o maior grau de adsorção e imobilização encontradas
por análises em espectrofotômetro UV-VIS (200-900 nm). A análise dos resultados
permitiu concluir que o corante DR 23 pode ser adsorvido/biossorvido com sucesso
utilizando serragem tratada como adsorvente e como agente imobilizante de células,
sendo que o teste de maior eficácia de remoção do corante foi a serragem tratada
com PEI. De acordo com os resultados obtidos para a remoção total de corante nos
pHs 2,50; 4,50 e 6,50, observou-se que o pH onde se obteve maior taxa de
adsorção/biossorção foi 2,50. Finalmente, foram estimadas as quantidades de
serragem necessárias para remoção total do corante para cada caso, sendo que
para o pH 2,50 sempre eram necessárias quantidades menores do que para os
demais pH's, evidenciando a eficácia do processo neste pH.