A presente tese exibe uma divisão em quatro diferentes artigos, e tem por objetivo em seu primeiro ponto revisar mecanismos fisiopatológicos relativos principalmente ao sistema monoaminérgico, bem como associar respostas agudas e crônicas derivadas do exercício a reduções na gravidade dos sintomas do TB. Neste sentido, uma relevante base de sustentação posiciona o exercício de característica aeróbia como um indutor de benefícios fisiológicos e comportamentais, reduzindo a gravidade dos sintomas. Parece ainda que a melhora no condicionamento cardiorrepiratório (VO2Máx) pode ser uma importante via de proteção, na qual propiciaria a redução de tais sintomas. Um segundo ponto importante desenvolvido nesta tese trata especificamente de mecanismos neurobiológicos relativos a fisiopatologia do TB, e suas associações com alterações cognitivas, corticais e de biomarcadores. A literatura atual demonstra que os déficits cognitivos são comumente observados em todas as fases nos pacientes BD, independentemente de um estado remissivo. Esses déficits são atribuídos a mudanças funcionais, estruturais e metabólicas, particularmente na região do córtex pré-frontal, hipocampo e amígdala, juntamente com as conexões entre eles. Além disso, fatores neurotróficos derivados do cérebro ou desequilíbrio entre citosinas pró/anti-inflamatórias podem afetar o funcionamento cognitivo. Além dos pontos supracitados, a presente tese revisa em seu terceiro artigo evidencias específicas da influência do exercício aeróbio e seus efeitos diante do TB, ficando claro que tais respostas apesar de positivas ainda precisam ser melhor delineadas e principalmente controladas, pois problemas metodológicos dificultam a precisão dos resultados. Além do mais, diferentes configurações do exercício aeróbio sequer foram testados. Portanto, afim de contribuir para tais lacunas, o último artigo desta tese visa determinar os efeitos agudos do exercício aeróbio continuo vs. intervalado de alta intensidade sobre os níveis de ansiedade, ativação corporal, repostas afetivas, bem como, sobre alterações na variabilidade da FC (VFC) entre treinados e sedentários, e bipolares. Ficou evidenciado uma redução significativa dos níveis de ansiedade pós exercício comparado a base (p = 0,001), existindo tendência do intervalado à promoção melhor perfil de ansiedade comparado ao contínuo. Além disso, o programa de exercício intervalado demonstrou superiores diferenças na ativação quando comparado ao grupo contínuo (p = 0,000) para todos os grupos amostrais. As respostas afetivas demonstraram semelhante padrão, sendo significativamente positivas e aumentadas pós exercício contínuo (p = 0,000) e intervalado (p = 0,000), porém com diferenças significativas entre o modo contínuo vs. intervalado (p = 0,000), tendendo o exercício intervalado a um alto TE para os grupos treinados e bipolares. Por fim, as repostas de VFC foram modificadas pós exercício, havendo redução do drive simpático observado a partir da medida RMSSD, LF, e LF/HF (p = 0,001), sem significativa reentrada vagal (p > 0,05). Não houve diferenças significativas entre grupos pós intervenção com exercício (p > 0,05). Conclui-se que existe uma relação inversa entre os níveis de VO2Máx e os sintomas do TB, e que a combinação entre exercício a medicamentos específicos poderiam afetar positivamente a gravidade dos sintomas promovendo influência sobre os sistemas monoaminérgicos, equilíbrio pró/anti inflamatório, e neurotrofinas. Apesar de observarmos redução do drive simpatico em pacientes com TB, o que poderia ser positivo para sintomas da doença, a literatura apenas caminha sob a ótica da aplicação do exercício físico, e pouco se sabe ainda acerca dos efeitos do exercício de característica intervalada nestes pacientes, cabendo investigação extensiva.