Analisou-se os efeitos agudos de uma sessão de Alongamento Neuromuscular Progressivo (ANP) nos níveis de pressão arterial (PA), fluxo sanguíneo muscular no antebraço (FSA), condutância vascular no antebraço (CVA) e modulação autonômica cardíaca de mulheres hipertensas. Participaram da pesquisa 18 voluntárias (53,3 ± 4,8 anos; índice de massa corporal de 28,7 ± 3,7 Kg/m2). A intervenção consistiu em sessão exercício (SE) e sessão controle (SC), ordenadas aleatoriamente. Na SE foi executado o ANP, que propomos como um novo método de alongamento, composto pela união de características da técnica de Relaxamento Muscular Progressivo (RMP) e da Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP), realizando-se uma contração isométrica de 3 segundos mediante inspiração controlada, seguida de alongamento estático com permanência de 10 segundos e mobilidade articular. Executou-se 2 repetições envolvendo os músculos do pescoço, membros superiores, inferiores e tronco. Coletou-se os dados de PA através do Finometer, do FSA através da pletismografia de oclusão venosa, o eletrocardiograma através do ECG de repouso. A modulação autonômica cardíaca foi avaliada no domínio do tempo (SDNN, rMSSD e SDNN/rMSSD) e da frequência (BF, AF e BF/AF). Todos os dados brutos foram analisados pelo teste de ANOVA de dois fatores de medidas repetidas, como também em deltas (diferenças entre após-pré), de modo a verificar diferenças intra e entre sessões. A PA não apresentou diferenças estatísticas para a interação “sessões*tempo” (PAD: p=0,56; PAS: p=0,66; PAM: p=0,57) nem para o fator “sessões”, PAD (p=0,84); PAS (p=0,72) e PAM (p=0,98), apenas para o fator “tempo” (PAD, PAS e PAM: p<0,01). As análises dos deltas da FC mostraram que na SE houve redução significativa em relação à SC (-5,3 bpm vs -2,7 bpm). Para o FSA não existiu diferenças para a interação “tempo*sessão” (p=0,21) e para o fator “sessões” (p=0,43), mas sim, para o fator “tempo” (p<0,01), e na análise dos deltas há elevações dos valores da SE, com diferenças significativas entre as SC e SE nos momentos 20 minutos (d=0,7; p=0,05) e 40 minutos (d=0,8; p=0,02) após intervenções, com tamanhos de efeitos classificados como “alto”. A CVA não apresentou diferenças estatísticas para a interação “tempo*sessão” (p=0,29), e para os fatores “sessões” (p=0,49) e “tempo” (p=0,43), assim como sua análise em deltas, porém, percebe-se que há elevação desta variável para SE, e reduções na SC, mas sem diferenças significantes entre elas. Para modulação autonômica cardíaca, não houve nenhuma diferença estatística para os dados brutos e para os deltas. Concluímos que o ANP pode ser indicado para mulheres hipertensas, visto que reduziu a FC, melhorou o FSA, motivos que podem ter contribuído para menores elevações da PA na SE, sem elevações na atividade simpática cardíaca, sendo um tipo de exercício que não traz riscos cardiovasculares às mulheres hipertensas.