Foram conduzidos dois experimentos para avaliar o efeito da redução de cálcio em rações
suplementadas com diferentes fontes de vitamina D sobre o desempenho, retenção mineral,
características de carcaça, parâmetros ósseos e sanguíneos e qualidade da carne de frangos de
corte de 1 a 42 dias de idade, mantidos em ambiente termoneutro. Em cada experimento
foram utilizados 504 frangos de corte machos da linhagem Cobb com 1 dia de idade,
distribuídos em delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial, sendo duas fontes
de vitamina D (vitamina D3 e 25-OH- D3) e quatro níveis de redução de Ca (0%, 10%, 20% e
30%). As dietas foram isonutritivas, exceto para Ca (relação Ca:Pd variando) no experimento
1 e Ca e Pd (relação Ca:Pd fixa em 2.1:1) no experimento 2. Em ambos os experimentos
foram avaliados o desempenho, retenção mineral, características de carcaça, parâmetros
ósseos e sanguíneos e qualidade da carne dos frangos de corte. Durante todo o experimento as
aves receberam ração e água à vontade. As aves foram pesadas aos 21 e aos 42 dias para
avaliar o desempenho nos períodos. Entre os 28 e 32 dias de idade foi coletado as excretas das
aves para análise de retenção mineral. Ao final do período experimental (42 dias de idade),
três aves de cada unidade experimental com o peso mais próximo da média da gaiola (10%
acima ou abaixo da média) foram selecionadas e utilizadas para as posteriores avaliações.
Duas das três aves por unidade experimental foram colocadas em jejum alimentar de 12
horas e pesadas. Após esse período, essas aves foram encaminhadas ao abatedouro para
avaliação do rendimento da carcaça e dos cortes. Uma terceira ave foi mantida em jejum
alimentar de 12 horas para coleta de sangue, coleta de peito para análise de qualidade da carne
e de tíbia e fêmur para análises ósseas. Os dados obtidos foram submetidos à análise de
variância em Delineamento em Inteiramente Casualizado (DIC), através do software SAS,
modelo PROC GLM, considerando o nível de 5% de probabilidade. Utilizou-se o teste de
médias Dunnett para contraste com o grupo controle (0%). Para as fontes vitamínicas foi
considerado o nível de 5% de probabilidade através do teste t. No experimento 1, não
observou-se efeito (P>0,05) das rações sobre o desempenho aos 21 e aos 42 dias e sobre as
características de carcaça. O nível de Ca e 25-OH-D3 sanguíneos, Ca e cinzas nos ossos,
resistência óssea, Ca nas excretas e retenção de Ca e as perdas por descongelamento e cocção
e valores de b* da carne foram alterados (P<0,05) pelo nível de Ca das rações. A fonte de
vitamina D alterou (P<0,05) os níveis de P do sangue, Ca e P nas excretas e a retenção de Ca
e P. No experimento 2, a redução de Ca acima de 20% prejudicou (P<0,05) o ganho de peso
das aves no período total de criação. A redução de Ca, mantendo a relação com Pd, alterou
(P<0,05) os níveis séricos de Ca e P, Ca, P e cinzas ósseas, resistência óssea, Ca e P nas
excretas, retenção de Ca e P e rendimento de carcaça. No experimento 1, conclui-se que as
variáveis de desempenho não são adequadas para determinar a exigência real de Ca, uma vez
que como é uma prioridade manter o desempenho, ocorre mobilização mineral do osso, o que
pode comprometer a qualidade de carcaça das aves. No experimento 2, verifica-se que os
resultados de desempenho, osso, sangue e carne obtidos podem ser um indicativo que os
níveis de Ca e Pd recomendados pelas TBAS (2011) podem estar super estimados para
frangos de corte mantidos em ambiente de termoneutralidade.