A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) constitui-se em uma das mais graves doenças sexualmente transmissíveis da história. Seu agente etiológico é o vírus da imunodeficiência humana (HIV), infectando por afinidade, principalmente, linfócitos TCD4+, levando a um quadro de imunossupressão crônica e gradativa, culminando em diversas alterações negativas no organismo. A terapia antirretroviral (TARV) melhora a qualidade de vida e diminui a morbidade desses pacientes. No entanto, a TARV tem sido associada a reações adversas sobre o perfil lipídico, alterações sobre o acúmulo de glicose e distúrbios lipodistróficos, além de efeitos negativos sobre a massa muscular, afetando diretamente a capacidade de gerar força de pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA). Pesquisas que investigaram a utilização do treinamento resistido em PVHA não identificaram melhoras na imunidade dos pacientes com a prática dos exercícios resistidos. Porém fizeram uso do método de carga imposta, baseando a prescrição de intensidade no referencial de uma repetição máxima. O presente estudo teve como objetivo investigar o efeito do treinamento resistido na manutenção da massa magra, diminuição da gordura, ganho de força muscular e estado imunológico, utilizando um método de predição de intensidade por percepção subjetiva de esforço (PSE). Os participantes deste estudo foram submetidos a 12 semanas de treinamento, com duas sessões semanais. Foi possível identificar resultados positivos relacionados a redução de gordura (p<0,001), aumento de massa muscular (p<0,001), ganho de força muscular (com ganhos de força máxima que chegaram a aumentar 68,11% [p<0,001]) e melhora do estado imunológico (aumento da contagem de linfócitos TCD4+ [p<0,001]) após o período de treinamento para o grupo intervenção. Conclui-se, portanto, que a utilização de um programa de treinamento resistido, baseado na PSE, para pessoas vivendo com HIV/AIDS apresentam resultados positivos sobre a composição corporal, força e estado imunológico.