Este estudo avaliou o efeito da frequência alimentar e do nível de arraçoamento no desempenho zootécnico, a composição corporal e o perfil de ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs) em juvenis de Mugil liza sob regime alimentar diferenciado para maximização do crescimento. Um ensaio de alimentação foi conduzido por 58 dias com 450 juvenis (4,96 ± 0,82g) que foram estocados em 18 tanques-rede, instalados em 6 tanques de fibra de vidro (volume = 500 l), em um delineamento experimental fatorial 3 X 2 (3 frequências alimentares e 2 níveis de arraçoamento), com 3 repetições. Os juvenis foram alimentados com ração comercial com 40% proteína bruta e 4000 kcal ∙ kg-1 de energia metabolizável. Os resultados médios das variáveis físico-químicas da água foram 27,62°C, 6,01mg∙L-1, 35,2g∙L-1 e 7,13 para temperatura, oxigênio dissolvido, salinidade e pH, respectivamente. Foi observado que a sobrevivência (100%) não foi afetada pela frequência alimentar e pelo nível de arraçoamento. O ganho de peso foi maior no tratamento F2N6 (9,81 ± 2,11g) e não apresentou diferença significativa entre 2 e 4 vezes ao dia (p > 0,05). Entretanto, o aumento do nível de arraçoamento de 3% para 6% p.v. aumentou significativamente a média de ganho de peso. A taxa de crescimento específico não sofreu influência da frequência alimentar (1, 2 e 4 vezes ao dia) e aumentou com o aumento do nível de arraçoamento (p < 0,05), com a maior média para os tratamentos F2N6 (2,08 ± 0,43g ∙ dia-1) e F4N6 (1,98 ± 0,53g ∙ dia-1). O Fator de Condição não apresentou diferença significativa entre as frequências 1 e 2 vezes ao dia e entre 1 e 4 vezes ao dia, porém, diminuiu com aumento da frequência de 2 para 4 vezes ao dia. O nível de arraçoamento contribuiu para o aumento do fator de condição à medida que se elevava o percentual de alimento oferecido. A maior média do fator de condição foi observada no tratamento F2N3 (1,12 ± 0.058g ∙ cm -3). A biomassa total foi maior (F4N6 = 3,634 ± 12,53g) com o aumento da frequência alimentar (entre 1 e 4 vezes ao dia) e não diferiu significativamente entre 1 e 2 vezes; e 2 e 4 vezes. O nível de arraçoamento afetou significativamente a biomassa total, que aumentou com o aumento do nível. A composição corporal dos juvenis alimentados 1 e 2 vezes ao dia apresentaram diferenças significativas para Proteína Bruta, Lipídios Totais, Resíduo Mineral e Matéria Seca (P < 0,05). As análises do perfil de ácidos graxos encontrados nas amostras de juvenis de M. liza apontaram diferenças significativas entre os tratamentos analisados (1 e 2 vezes ao dia) para os ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs). As concentrações de PUFAs em relação aos ácidos graxos totais da amostra diminuíram com o aumento da frequência alimentar para o Ácido Linoleico (LA), Alfa Linolênico (LNA), Araquidônico (AA), Eicosapentaenóico (EPA) e Docosahexaenóico (DHA).