Fungos filamentosos ou basiodiomicetos, são empregados com as mais diversas funções na agricultura, pecuária, na indústria alimentar e na medicina como parte da produção de enzimas, vitaminas, antibióticos, álcool, biosurfactantes, entre outros. Atualmente, existe a dificuldade da criopreservação de basidiomicetos por longos perídos. A conservação de células sem mudanças morfológicas, fisiológicas ou genéticas é uma necessidade da área biotecnológica. A sub-cultura é o método com 100% de viabilidade e recuperação. Subculturas contínuas são um dos métodos mais utilizados para a preservação de alguns macrofungos. Esta técnica pode alterar as características das espécies, por isso é necessário desenvolver técnicas para a manutenção de genótipos e fenótipos por longos períodos de tempo. O objetivo deste estudo foi avaliar a manutenção e preservação de 33 basidiomicetos frente a 10 diferentes protocolos de criopreservação:repique contínuo (BDA); 2) carvão ativado 0,1%; 3) água estéril (Castellani); 4) glicerol 5%; 5) lactose 5%; 6) dimetilsulfóxido (DMSO) 1%; 7) polietilenoglicol (PEG) 6000 3%; 8) glicerol 5% acrescido de polietilenoglicol (PEG) 6000 3%; 9) lactose 5% acrescido de PEG 6000 3% e 10) DMSO 1% acrescido de PEG 6000 3%, sendo posteriomente avaliada sua viabilidade após 4 e 8 meses em 6±2°C e - 80°C. O micélio cultivado em agar de batata-dextrose (BDA) foi armazenado (-80°C) com os crioprotetores glicerol a 5%, dimetilsulfóxido (DMSO) 1%, lactose 5% e misturas destes com PEG 6000 3%, além de métodos clássicos de preservação tais como subcultura (BDA), Castellani e carvão ativado, preservados a 8°C. Após 4 meses de armazenamento, os discos do micélio provenientes de todos os diferentes métodos foram transferidos para meio de ágar com carvão ativado para avaliar a viabilidade e o diâmetro da colônia micelial. Após o crescimento, o micélio foi inoculado em meio líquido para determinar o conteúdo de biomassa e polissacarídeos de A.subrufescensCC414. Todos os crioprotetores utilizados asseguraram a viabilidade do fungo durante o período analisado (4meses de armazenamento). De acordo com os resultados, os métodos 4 (glicerol) e 9 (lactose + PEG 6000) foram os métodos que estão mais próximos dos valores observados nos métodos controles 1, 2 e 3, sugerindo que esses métodos foram mais adequados para criopreservação a -80°C, quando comparadoscom os resultados comumente obtidos para a preservação de microrganismos. Após 8 meses os fungos foram novamente retirados da criopreservação e avaliados quanto a viabilidade e atividades de enzimas. A criopreservação em mixtura de criopreservantes glicerol 5% + PEG 6000 3% em -80°C apresentou-se mais eficiente na manutenção da homeostase da maioria das espécies de fungos avaliados, mantendo sua porcentagem de viabilidade após sua recuperação, demonstrando que suas enzimas β-glicosidade, xilanase, laccase, peroxidase total e manganês peroxidase para os fungos Lentinus strigosusCC40, Volvariella volvacea CC94, Fistulina hepatica CC102, Pleurotus ostreatus CC389 e Ganoderma lucidum CC404 não apresentaram grandes variações de atividade quando comparadas com o controle BDA.