Processos envolvidos em geração de energia nuclear, medicina e vários outros campos da tecnologia, como, por exemplo, telecomunicação, lasers, eletrônica, indústria e produção de materiais luminescentes, vêm utilizando os elementos terras raras. Porém, a eficiência do produto final do processo pode ser melhorada empregando-se isótopos em vez do elemento natural. Um exemplo ocorre com o átomo de érbio, elemento de estudo deste trabalho, cujas aplicações incluem, por exemplo, medicina (tratamento de artrite reumatóide), meio ativo de lasers, dopante em fibras óptica e até absorvedores de nêutrons quentes em reatores nucleares. Esta última aplicação possui como componente ativo o isótopo 167Er, sendo que sua utilização em vez do érbio natural diminui o peso e o volume da pastilha absorvedora, uma vez que os demais isótopos não possuem esta propriedade. Uma maneira de separar isótopos de terras raras consiste na separação isotópica a laser. Entretanto, para realizar este processo de separação são necessários diversos estudos que possibilitem o conhecimento espectroscópico do átomo para o correto ajuste na sintonia dos lasers. O objetivo deste trabalho foi investigar os desvios isotópicos e as posições absolutas das transições dos isótopos de érbio que partem do estado fundamental, na região de operação dos lasers presentes no laboratório (de 576 nm a 600 nm). Para isso empregaram-se duas técnicas sub-Doppler: (i) espectroscopia optogalvânica intermodulada e (ii) fluorescência induzida por laser intermodulada, utilizando uma lâmpada vazada de catodo oco construída no Instituto de Estudos Avançados. Foram estudados quatro comprimentos de onda de transições que partem do estado fundamental: 576,440 nm (0 17347,86 cm-1), 582,842 nm (0 17157,31 cm-1), 585,693 nm (0 17070,17 cm-1) e 587,232 nm (0 17029,06 cm-1), sendo que somente para a última transição não foram obtidos resultados devido a sua baixa intensidade relativa. Além disso, foram obtidos os valores absolutos das frequências de sintonia de excitação de cada isótopo com o auxílio de espectros de fluorescência da molécula de iodo. Tais comprimentos de onda do primeiro passo para a fotoionização definem a seletividade do processo, tornando os resultados deste trabalho uma importante ferramenta para o processo de separação a laser dos isótopos de érbio.