Este estudo investigou a relação de fatores familiares e biopsicossociais na ocorrência do bruxismo do sono (BS) em crianças, atráves de um estudo transversal com uma amostra aleátoria probabilística, 246 sujeitos foram investigados, sendo 123 crianças e um de seus pais biológicos. As crianças tinham entre 01 a 10 anos de idade (6,4±3,06 anos), as mães 114 (90,16%) se identificavam como maior frequência como cuidadora principal de seus filhos. O diagnóstico do BS foi realizado mediante anamnese associada a sinais clínicos, avaliados por dois pesquisadores (Kappa 0,72). Para toda analise estatística foi considerado o nível de significância de P<0,05. A prevalência do BS em crianças foi de 22,63% e entre seus pais 30,77%. Foram utilizadas a Escala de Estresse Infantil (ESI) e o Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp (ISSL) para avaliar o estresse. A fim de investigar a associação do BS com estresse, foi delineado um estudo retrostectivo, tipo caso controle, aninhado ao estudo transversal. Os grupos foram formados por crianças a partir de 6 anos de idade e com cuidador principal sendo a mãe biológica. O grupo de caso (GE) com 48 sujeitos, sendo 24 crianças com BS e o grupo controle (GC) com 36 crianças sem BS. Na amostra, o estresse foi identificado em 39 (65,00%) crianças, destas, 24 (61,54%) faziam parte do GC, ou seja, não apresentavam o BS. Também não foi identificado associação significativa do estresse e o BS nas crianças (p=0,740). Entre as mães, a presença do estresse não foi significativa para a ocorrência do BS (p=0,201), nem mesmo nas fases mais avançadas do estresse (p=0,788). Foi notado um aumento de chances de ocorrência do BS em crianças quando sua mãe também apresenta essa condição (OD=3,5000: IC 95% 1,1403 – 10,7426). Os achados deste estudo fortalecem a idéia de que o estresse não se configura como fator associado ao BS em crianças e em adultos, e evidencia uma possível relação familiar para ocorrência desta condição.