As sementes de arroz irrigado são frequentemente colonizadas por patógenos, responsáveis por danos no rendimento e qualidade dos grãos. O primeiro estudo teve como objetivo identificar e quantificar fungos infectando sementes de cultivares de arroz irrigado produzidas na Região do Alto Vale do Itajaí, Santa Catarina, Brasil. O trabalho foi realizado no Laboratório de Fitopatologia da Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC, na safra 2015/16. Foram analisados 139 lotes de sementes de arroz de seis cultivares. As sementes de cada amostra foram desinfestadas em hipoclorito de sódio (1%) e submetidas ao teste de sanidade em meio de BDA+A (Batata-Dextrose-Ágar + antibiótico). Em cada lote foram analisadas 200 sementes, em um delineamento experimental completamente casualizado com quatro repetições. As sementes foram incubadas a 25ºC ± 2ºC e regime de luz de 12 horas. Foram consideradas infectadas as sementes na qual foi possível identificar a colônia e/ou estruturas dos fungos. As incidências médias dos principais fungos detectados foram: Microdochium oryzae (63,6%), Alternaria padwikii (5,5%), Bipolaris oryzae (5,1%), Curvularia sp. (4,9%), Nigrospora oryzae (1,4%), Penicillum spp. (1,2%), Aspergillus flavus (1,1%), Sordaria sp. (0,5%), Alternaria sp. (0,4%), Cercospora janseana (0,3%) e Fusarium graminearum (0,1%), sendo que M. oryzae prevaleceu em 100% das amostras analisadas. O segundo estudo teve como objetivo esclarecer o sítio de infecção de Fusarium graminearum em panícula de arroz. Dois experimentos foram conduzidos em casa de vegetação, na Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC, Lages, SC, nos anos de 2015/16 e 2016/17, com o híbrido de arroz INOV CL, testando três momentos de inoculação do fungo na planta: і) emborrachamento completo (R2); іі) espigamento pleno (R3); ііі) florescimento (R3). Foram inoculados dois isolados do fungo: Fg15ADON (F. graminearum - Desoxinivalenol) e FmNiv (F. meridionale - Nivalenol). A
concentração de inóculo utilizada foi de 2 x 105 macroconídios/mL-1. O método de inoculação nas plantas foi por aspersão. Após a inoculação foi quantificada a área percentual da panícula infectada aos 7, 14, 21 e 28 dias. Não houve diferença significativa entre os dois isolados do fungo na severidade da doença. O fungo infectou a planta nos três momentos de inoculação. O estádio de florescimento apresentou maior severidade de doença, diferindo significativamente dos demais tratamentos, sendo o estádio de emborrachamento completo com menor severidade. Após a colheita das panículas constatou-se deficiência na formação e enchimento do grão e diferença significativa na porcentagem de grãos manchados. No tratamento testemunha não foram detectados grãos manchados, por outro lado, grãos oriundos de panículas inoculadas com o fungo nos três estádios de desenvolvimento apresentaram incidências crescentes, com valores similares ao detectado com a severidade na panícula. Houve maior recuperação de F. graminearum em grãos manchados e em grãos não manchados, com os dois isolados do fungo, também quando a inoculação foi realizada no florescimento das plantas de arroz.