A presente dissertação aborda o pensamento de Michel Serres em sua variada e peculiar manifestação crítica, mestiça e contemporânea. Aqui as discussões se pautam em especial referência a Arlequim, personagem que encarna importantes pontos da filosofia de Serres e contribui, significativamente, para quebrar os contornos duros das filosofias tradicionais. Inicialmente, o texto faz uma síntese de seu pensamento, sobretudo considerando sua fluência e confluência com a emergência do novo. Na sequência, aborda questões pertinentes ao autoritarismo científico, ao conhecimento fragmentado e, na esteira dos objetivos do filósofo das narrativas, corrobora para a proposição de uma fundamental mestiçagem entre as ciências e as humanidades. Também se faz nas linhas e entrelinhas desta dissertação uma crítica à educação tradicional sem, contudo, desconsiderar a emergência das novas tecnologias e suas implicações no contexto da sociedade contemporânea. Subsequentemente, propõe-se uma educação mestiça, baseada nos ideais pedagógicos de Serres concatenados com as transformações do mundo e do homem em suas topologias histórica, cultural e antropológica, isto é, em contraposição à fixidez da educação tradicional. Por último, o texto salienta a sua predileção pela invenção e reinvenção, ao passo que critica o ideário pedagógico que limita ou inibe a inventividade, ainda, nas atuais salas de aula. Neste seguimento, esta di ssertação é também um convite à reflexão sobre as interferências da ciência no curso da natureza, quando então, a filosofia mestiça de Serres, filósofo amante do mito e das narrativas, se presta à construção de uma educação de caráter ecológico e voltada para a promoção da paz entre os homens e destes com o mundo.