A educação infantil é a primeira etapa da educação básica que demanda um profissional/professor que tenha uma formação que propicie um olhar amplo da educação, do desenvolvimento e das relações concernentes às aprendizagens das crianças. Esta questão não vem sendo alcançada com a importância necessária nos cursos de formação inicial de professores. Em geral, observamos que as disciplinas, a que se referem este segmento da educação, são escassas e não são tratadas com a ênfase necessária. Nesta perspectiva, procuramos desenvolver uma temática que levasse em consideração a formação do profissional que atuará na educação infantil, abrangendo desde o conhecimento do nível de ensino, seus aspectos legais, curriculares, as políticas públicas, além da visão da disciplina de estágio para relacionar a teoria apreendida nas aulas teóricas com a prática desenvolvida no ambiente educativo. No decorrer desta pesquisa, intentamos ampliar o olhar do ser professor, sob o aspecto reflexivo, para que este possa perceber-se como um articulador de sua prática docente, fazendo um diferencial na aprendizagem de seus futuros alunos. Desta maneira, a busca por uma maior inserção do profissional nesta área de ensino, tem a seguinte problemática: Como configurar uma formação inicial teórico e prático no estágio supervisionado, na educação infantil, junto aos alunos de Pedagogia que atenda as exigências para atuar na prática pedagógica inovadora permitindo o acolhimento da produção do conhecimento? Como objetivo geral, buscamos analisar as contribuições teórico-práticas exigidas dos profissionais/professores que atuarão na educação infantil, investigando como a formação inicial pode preparar os pedagogos para atuação na prática pedagógica neste nível de ensino, de maneira inovadora e que permita o acolhimento da produção do conhecimento. Metodologicamente, envolvemos na pesquisa qualitativa, os estudantes do curso de Pedagogia, que cursavam o estágio supervisionado, bem como formadores de diferentes instituições de ensino, de Portugal – Lisboa, Santarém e Braga – e Curitiba. As pesquisas empíricas, realizadas especificamente com os estudantes, disseram respeito às expectativas e posterior avaliação do estágio supervisionado realizados e um grupo focal, buscando questões que corroboraram com os documentos dos alunos anteriormente analisados. Com relação aos formadores, foram realizadas entrevistas sobre a formação inicial e demais temáticas pertinentes à mesma. Os principais autores presentes na pesquisa foram Alarcão (2001, 2010, 2013), Behrens (2006, 2007a, 2007b, 2011, 2014), Day (2001, 2004), Freire (1997, 2002, 2005, 2006), Nóvoa (1995, 2002, 2014), Schön (2000), Zabalza (2014, 2016), Zeichner (2013). Os resultados sistematizados, após serem analisados de maneira criteriosa, com o auxílio da análise de conteúdo, levantando categorias e subcategorias, nos mostram que a formação inicial é um momento que pode trazer ricos olhares para o futuro profissional/professor que atuará na educação infantil, visto que a visão teórico-prática é um fator que foi mencionado por ambos os grupos de sujeitos envolvidos na pesquisa. Também levantamos questões acerca da formação e composição do educador da infância, bem como a responsabilidade deste profissional para atuar com as crianças, no que tange o seu olhar sobre a importância da educação infantil, como sendo a base da educação do sujeito. Na busca por essas questões, chegamos à conclusão de que o profissional/professor que atuará na educação infantil precisa ser alguém que vá além dos livros e das brincadeiras. É preciso o olhar atento à visão de infância e consciente do seu papel transformador, possibilitando que seus alunos aprendam e se desenvolvam de maneira plena e competente.
Palavras-chave: Formação de Professores. Educação Infantil. Teoria e prática.