Em diferentes culturas a felicidade tem sido considerada como um dos mais importantes objetivos da vida humana. De fato, a felicidade tem sido objeto de interesse em diferentes áreas do conhecimento e recentemente passou a receber grande atenção de pesquisadores do campo da Psicologia. O presente estudo focalizou quatro problemas. O primeiro problema investigado nesta tese foi avaliar as propriedades psicométricas de três instrumentos amplamente utilizados nas pesquisas sobre felicidade (Escala de Satisfação com a vida – ESV, Escala de Afetos Positivos e Afetos Negativos – PANAS, Escala de Felicidade Subjetiva - EFS) em uma amostra, composta por participantes de todas as regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) do Brasil. O bem-estar subjetivo é um dos conceitos mais investigados nas pesquisas sobre felicidade. Conceitualmente o Bem-estar subjetivo seria constituído por três componentes: 1) avaliações que os indivíduos fazem acerca de sua satisfação com a própria vida, 2) vivência de afetos positivos e 3) vivência de afetos negativos. Nesta tese, foram utilizadas análises fatoriais exploratórias e modelagem com equações estruturais para avaliar, do ponto de vista psicométrico, a validade desse constructo. Além das propriedades psicométricas, foi ainda avaliada a validade convergente dos instrumentos que foram o foco desta tese. Finalmente, uma diversidade de estudos tem avaliado a associação entre determinadas variáveis sociodemográficas como sexo, idade, renda ou status socioeconômico sobre viáveis como satisfação com a vida, bem-estar subjetivo e bem-estar psicológico. Ao todo, participaram desta pesquisa 3072 estudantes universitários, matriculados nos cursos de Psicologia e Engenharia de uma universidade particular, em 15 cidades brasileiras (Brasília, Campo Grande, Goiânia, Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Recife, Salvador, São Luiz, Boa Vista, Macapá, Juiz de Fora, Niterói, Rio de Janeiro e Florianópolis) respondendo ao questionário eletrônico disponibilizado na Internet. Os resultados apresentados corroboram estudos anteriores e indicam que todas as escalas examinadas apresentam propriedades psicométricas satisfatórias que autorizam sua utilização no Brasil. As evidências apresentadas indicam que, do ponto de vista psicométrico, faz sentido pensar no Bem-estar Subjetivo (BES) como uma medida de segunda ordem, baseada na Escala de Satisfação com a vida (ESV) e a Escala de Afetos Positivos e Afetos Negativos (PANAS). Observamos também que participantes do sexo masculino apresentaram significativamente (p < 0,05) mais Afetos Positivos, Bem-estar Subjetivo e Bem-estar Psicológico avaliado pela Escala Visual e menos Afetos Negativos do que as participantes do sexo feminino. A idade dos participantes se correlacionou significativamente com todas as medidas consideradas, com exceção da Satisfação com a vida. A renda familiar se correlacionou significativamente com absolutamente todas as medidas de bem-estar e felicidade consideradas. Vale, ressaltar que tanto para a idade quanto para renda familiar, os coeficientes de correlação foram baixos. O maior coeficiente obtido Renda Familiar x Bem-estar Subjetivo indica que a renda explica menos de 2% na variação do bem-estar subjetivo. Novas direções de pesquisa são sugeridas.