Moringa oleifera Lam. é uma árvore de pequeno porte nativa da Índia, pertencente à família Moringaceae, foi introduzida no Brasil por volta de 1950. Encontrada principalmente na região Nordeste, nos Estado do Ceará, Piauí e Maranhão, onde as sementes são largamente empregadas no tratamento da água devido a sua capacidade de aglutinante natural. O óleo obtido das sementes de M. oleifera Lam. é utilizado na indústria cosmética e alimentícia. Relatos apontam potencial utilização como biocombustível, hepatoprotetor e antimicrobiano. O presente trabalho teve por objetivo determinação do perfil de ácidos graxos, avaliação das propriedades reológicas, térmicas e antifúngicas do óleo das sementes, bem como investigar a atividade antifúngica da biomassa de M. oleifera Lam., visando possível aplicação tecnológica. O perfil de ácidos graxos obtido por Cromatografia em Fase Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG/EM) identificou a presença de ácidos graxos saturados (palmítico 7,72%, esteárico 8,73%, araquídico 4,86%, behênico 7,38% e tetracosacóico 0,42%) e elevadas quantidades de monoinsaturados (palmitoleico 1,72%, oleico 66,78% e eicosenóico 2,39%), representado principalmente pelo ácido oleico. O estudo reológico do óleo de M. oleifera Lam. apresentou comportamento pseudoplástico com baixo valor de cedência. A viscosidade aparente determinada a 25, 37 e 60 °C foi de 78, 37 e 24 mPa, respectivamente. A diminuição da viscosidade em função da temperatura foi observada na curva de varredura de temperatura, em diferentes taxas de cisalhamento. Os perfis de termogravimetria e calorimetria exploratória diferencial evidenciaram a estabilidade térmica, com a presença de um único evento de perda de massa (Tonset) de 388,29 °C, o que sugere a estabilidade térmica e a pureza do óleo. Desenvolveu-se uma emulsão do tipo óleo em água (O/A) contendo óleo das sementes de M. oleifera Lam. que exibiu comportamento pseudoplástico, tixotrópico e caráter viscoelástico. O ensaio antifúngico in vitro realizado com o óleo das sementes apresentou concentrações fungicidas mínimas (CFM) de 26,92 mg/mL para Candida glabata ATCC 2001 e C. parapsilosis ATCC 22019. Para o composto 4-(α-L-ramnosiloxi) benzil isotiocianato da biomassa de M. oleifera Lam. apresentou CFM de 3,34 mg/mL para C. parapsilosis ATCC 22019 e de 0,20 mg/mL para C. albicans ATCC 99028, C. glabata ATCC 2001 e 3 isolados clínicos de C. albicans.