A adubação nitrogenada tem impacto econômico e ambiental direto no manejo da fertilidade
do solo em plantações de café. A aplicação de ureia sobre a superfície dos solos pode resultar
em perdas substanciais de nitrogênio por volatilização, lixiviação e desnitrificação, fazendo
com que o aproveitamento e a recuperação deste nutriente sejam baixos. Com esse estudo,
objetivou-se avaliar a eficiência, influência e custos dos fertilizantes nitrogenados
convencionais, estabilizados, de liberação lenta e de liberação controlada em lavoura cafeeira
em Lavras - MG. O delineamento experimental utilizado foi de blocos completamente
casualizados, com três repetições. Os tratamentos foram divididos em dois grupos: Grupo 1,
dos fertilizantes convencionais e estabilizados: Ureia convencional, Ureia dissolvida em água,
Sulfato de amônio, Nitrato de amônio, Ureia + Cu + B, Ureia + polímero aniônico e Ureia +
NBPT; Grupo 2, dos fertilizantes de liberação lenta ou controlada: Ureia + S
0
+ polímeros,
Ureia + resina plástica, Ureia formaldeído e Ureia + polímero insolúvel em água. As
adubações nitrogenadas foram feitas de maneira diferente entre os grupos dos tratamentos.
Para o Grupo 1, o fornecimento de N foi feito em 3 adubações em intervalos de
aproximadamente 60 dias, de novembro a março, cada uma na dose de 100 kg de N por
hectare. Para o Grupo 2, fez-se somente uma adubação, conforme recomendação dos
fabricantes, de 300 kg ha
-1
, juntamente a primeira adubação do Grupo 1. As características
avaliadas foram: volatilização de amônia, pH superficial do solo, teores foliares de N, S e Cu,
produtividade estimada e custo de produção. Os fertilizantes que apresentaram maiores perdas
de nitrogênio por volatilização de amônia foram a Ureia + polímero aniônico (24,89%) e a
Ureia convencional (22,98%). Os que tiveram menores perdas foram: Ureia formaldeído
(0,46%), Sulfato de amônio (0,23%) e Nitrato de amônio (0,18%). O pH do solo na camada
de 0 a 5 cm diminui após as adubações. As médias finais de pH do solo de cada fertilizante
não diferiram entre si. A Ureia + polímero aniônico foi o fertilizante que mais acidificou o
solo ao longo do experimento. Não houve relação entre as maiores perdas com a nutrição
foliar por nitrogênio. Os teores foliares de N e S não variaram entre os fertilizantes após as
adubações. Já os teores foliares de Cu variaram. A Ureia + S
0
+ polímero proporcionou maior
produtividade (48,27 sacas ha-1). O fertilizante que apresentou menor custo operacional total
por hectare foi a Ureia + Cu + B (R$ 11.018,68), enquanto que a Ureia + resina plástica
obteve o maior (R$ 16.358,05). O maior lucro bruto por hectare foi obtido pelos fertilizantes
Ureia + S0 + polímeros (RS 10.743,76) e Ureia + NBPT (RS 9.784,61).