A pesquisa analisa o trabalho portuário avulso no Brasil, mais precisamente os estivadores
do Porto de Santos/SP, diante das mudanças inseridas pelo sistema metabólico do capital.
Isto é, sobretudo diante da reestruturação produtiva inserida no sistema portuário, que
adotando o discurso de modernização implementou uma série de mudanças de gestão da
produção e do trabalho a partir dos anos 1990. Nesse ínterim, pautamos nossa discussão a
partir das Leis nº8.630 de 1993 e nº 12.815 de 2013 a fim de demonstrar a nova dinâmica
portuária nacional, com a introdução do Órgão de Gestão de Mão de Obra, a Autoridade
Portuária, o Conselho de Autoridade Portuária, os Operadores Portuários, a
Multifuncionalidade, as Cooperativas de Trabalho, o Trabalho Portuário por Vínculo, enfim
elementos que compreendem a nova forma de gestão, produção e controle do trabalho
portuário. Desta forma, enquanto objetivos específicos verificou-se o conjunto de processos,
mediações e conflitos que envolve o setor portuário, isto é, que envolve os estivadores, o
sindicato, o Estado e o capital no cais do porto santista. Além disso, verificou-se a atuação
do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão, e sua limitação
em relação a luta dos trabalhadores. Do mesmo modo, as práticas laborais, sociais e políticas
exercidas pelos estivadores também foram foco de análise na presente dissertação.