O desenvolvimento econômico e crescimento populacional aumenta a demanda por água e a produção de efluentes domésticos e industriais, produção não acompanhada pelo melhoramento e expansão dos sistemas de tratamento e disposição final de efluentes. Estes efluentes não tratados ou tratados de forma insuficiente levam patógenos, nutrientes, sólidos suspensos, sais e matéria orgânica para corpos receptores. As estações de tratamento convencionais têm construção e operação cara e não são eficientes na remoção de patógenos, alguns estudos já apontam as ETEs como centros de multiplicação e seleção de bactérias multirresistentes a antibióticos. Os sistemas simbióticos microalgas-bactérias vêm se destacando como alternativa para o tratamento de efluentes junto com a produção de biocombustíveis, fármacos, alimento para sistemas de produção marinhos e outros subprodutos da biomassa algal, transformando os efluentes domésticos em matéria prima. Nessa pesquisa um reator do tipo HRAP (High Rate Algal Pond) de 180 L foi utilizado para tratar efluente doméstico primário através do consórcio microalgas-bactérias, visando a remoção da DQO, nutrientes, metais pesados e microrganismos patógenos. Comparou-se dois estágios do sistema sem e com a adição de CO2 a fim de avaliar a remoção de patógenos, matéria orgânica e nutrientes. A adição de CO2 incrementou a remoção de DQO de ≈ 67% para ≈ 88%, COT de ≈ 23% para ≈ 35%, P de ≈ 14% para ≈ 21%, remoção de SST no decantador de ≈ 71% para ≈ 96%, remoção de Pseudomonas aeruginosa de ≈97,4%;(1,6 log-Re) para ≈ 99,6%;(2,5 log-Re) e remoção deColiformes Totais de ≈ 88,6%;(1,4 log-Re) para ≈ 99,9%;(2,5 log-Re), mas não influenciou na remoção de Enterococcus (≈99%; 2,5 log-Re), E. coli (≈99,9%; 2,4 log-Re), N ≈ 35 % nos dois estágios e na produtividade (≈ 5 g m-2 d-1). Em um período de operação com adição de CO2 foi avaliada a remoção de cobre, cromo, ferro e manganês. As remoções encontradas para os metais detectados foram de ≈ 51%, 84% e 12% para Mn, Fe e Ni, respectivamente com bioacumulação diária aproximada de 0,14mg Mn gBiomassa -1, 0,06mg Ni gBiomassa -1 e 1,29mg Fe gBiomassa -1. Assim o HRAP se mostrou um sistema viável para a remoção de patógenos, principalmente Pseudomonas aeruginosa,a remoção de matéria orgânica e a remoção de metais pesados detectados. Além de remover nutrientes,fazendo o papel do tratamento secundário e terciário de uma ETE convencional.