A raça Mangalarga Marchador (MM) está entre as raças brasileiras mais numerosas e amplamente distribuídas por todo território nacional. O estudo de curvas de crescimento animal baseados em modelos não lineares tem sido frequentemente utilizado como método para análise do desenvolvimento de diversas espécies, no entanto, não há relatos de estudo sobre modelagem da curva de crescimento nesta raça. Neste trabalho objetivou-se avaliar o ajuste dos modelos de Brody, Gompertz, Logístico, Von Bertalanffy e Platô de Resposta Quadrática aos dados de peso vivo (PV) (capítulo I) e de medidas morfométricas (MF) (capítulo II) obtidos pelo método transversal, em equinos MM, a fim de selecionar o melhor modelo e predizer sobre o crescimento e a maturidade de machos e fêmeas desta raça. Os dados experimentais foram obtidos em uma exposição agropecuária em Belo Horizonte/ MG, no ano de 2012. Foram utilizados dados de PV de 214 animais (94 machos e 120 fêmeas) e MF de 200 animais (75 machos e 125 fêmeas) da raça MM, com idade entre 6 e 153 meses. Estes foram pesados individualmente em balança mecânica convencional e mensurados em altura da cernelha (AC), comprimento corporal (CC), perímetro torácico (PT) e de canela (PC). Os modelos não lineares utilizados foram Brody, Gompertz, Logístico, Von Bertalanffy e o modelo segmentado de Platô de Resposta Quadrática. A estimação dos parâmetros dos modelos foi realizada pelo método de mínimos quadrados, utilizando-se o algoritmo numérico de Gauss-Newton, com base em rotina do software R. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-wilk. A comparação e seleção do modelo mais adequado para descrever a curva de crescimento foram realizadas por meio do coeficiente de determinação (R²); desvio padrão residual (DPR); critério de informação de Akaike corrigido (AICc). No capítulo I o PV adulto estimado pelos modelos variou entre 431 Kg a 439 Kg para machos e 416 Kg a 420 kg para fêmeas. O modelo de Von Bertalanffy foi o mais eficiente para expressar o crescimento de PV nos machos e o de Brody para as fêmeas. As fêmeas MM são mais precoces que os machos para atingir o PV adulto. No capítulo II a AC adulta estimada pelos modelos variou entre 146,25 a 148,34 cm para fêmeas e de 148,55 a 151,80 cm para machos. O CC adulto variou entre 148,59 a 151,64 cm para fêmeas e de 150,77 a 154,88 cm para machos. O PT adulto variou entre 179,07 a 182,88 cm para as fêmeas. Os dados de PT dos machos não apresentaram normalidade. O PC adulto variou entre 18,25 a 18,76 cm para as fêmeas e 18,95 a 19,41 cm para machos. Sendo mais indicada utilização do modelo logístico para expressar o crescimento em AC, CC e PC dos machos e o modelo de Brody para a AC, CC, PT e PC das fêmeas. As fêmeas apresentam maior precocidade do que os machos, exceto para PC. O método transversal de obtenção de dados pode ser aplicado no estudo de curvas de crescimento, em peso vivo e medidas morfométricas.