Esta investigação tem como cenário o debate sobre juventude e vulnerabirilidades, e se propõe a compreender a constituição das experiências juvenis no programa Fica Vivo!. Trata-se de uma pesquisa interdisciplinar, pois a análise pretendida ultrapassa o campo da Educação e busca elementos da Sociologia da Juventude, em diálogo com perspectivas teóricas dos Estudos Territoriais. O estudo realizado em abordagem qualitativa-quantitativa tem como campo a base local do Fica Vivo!, no bairro Turmalina em Governador Valadares. Optou-se por trabalhar com jovens de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, por considerar que eles têm uma maior trajetória no Programa, e por se manterem vivos em territórios de vulnerabilidade. Os dados empíricos foram coletados por meio da análise de documentos, de questionário que traçou o perfil social de 30 (trinta) jovens de ambos os sexos, na faixa etária selecionada, e por meio da realização de entrevistas com 07 (sete) jovens. A análise considerou a condição juvenil e os territórios de vulnerabilidade – o mercado de trabalho, o lazer e a violência, e suas vertentes vulnerabilizantes. Os resultados do estudo possibilitam refletir sobre os múltiplos territórios nos quais os jovens transitam e constroem suas experiências juvenis cerceados pelas barreiras invisíveis que demarcam esses territórios. Nesse contexto, o Fica Vivo! se mostra como um território significativo para os jovens pelas possibilidades de interação com o outro jovem, pela relação que estabelecem com os/as oficineiros que atuam no Programa e por se constituir um território aberto, flexível e protetor. O estudo aponta, ainda, que, mesmo em territórios vulneráveis, os jovens constroem possibilidades de vida, configuram territórios, imprimem neles suas marcas, vivenciam suas territorialidades e acreditam em possibilidades. Esses resultados evidenciam a importância de ações protetivas e educadoras em territórios marcados pelas violências e criminalidade, e que considerem, em suas proposições, o debate sobre juventude, e busquem uma inserção efetiva no território, tornando-se parte dele.