O estudo da dinâmica florestal é um instrumento de observação do reestabelecimento de um ecossistema ao longo do tempo e envolve, dentro da comunidade, diversos processos entre seus componentes vegetacionais, tais como a sucessão, mortalidade, recrutamento, crescimento, regeneração e relações entre diferentes populações influenciadas pelo meio ambiente. Este estudo buscou gerar informações sobre a dinâmica da regeneração natural de um grupo de espécies da família Lauraceae, que são de grande importância econômica e ecológica e com isso determinar a melhor maneira para aproveitar os recursos das florestas, buscando reduzir os danos ao meio ambiente e garantir maior rentabilidade. Para a coleta de dados foi realizado um monitoramento em 200 ha na área experimental da Embrapa no município de Moju, após uma exploração florestal. Foram selecionadas nove clareiras causadas pela exploração e instaladas faixas de 10 m x 50 m, começando na bordadura da clareira para dentro da floresta, nas direções Norte, Sul, Leste e Oeste. Cada faixa foi dividida em parcelas quadradas de 10 m x 10 m numeradas de 1 a 5, onde foram medidos os indivíduos com DAP ≥ 10 cm, dentro das parcelas 1, 3 e 5 foram instaladas subparcelas de 2 m x 2 m, abordando os indivíduos com altura total (Ht) ≥ 10 cm e Diâmetro a Altura do Peito (DAP) < 5 cm, considerados como regeneração natural. No centro da clareira foi instalada também uma subparcela de 2 m de lado para efeito de comparação. As medições ocorreram de março de 1998 terminando a primeira etapa em 2001; em 2007 foram realizadas mais duas medições, e uma última medição no ano de 2010, totalizando dezesseis medições em um período de 12 anos de observação, para avaliar a taxa de regeneração natural (%), ingresso (%) e mortalidade (%) das espécies. Os resultados para a TR (%), I (%) e M (%), mostraram que houve diminuição da densidade na população das espécies, nas quatro direções cardeais, as taxas de regeneração foram positivas no início do estudo e negativas no fim, exceto no centro das clareiras em que as taxas foram nulas a partir do segundo período, indicando em determinado momento equilíbrio entre ingresso e mortalidade. Em relação aos tamanhos de clareiras as taxas de regeneração se mostraram positivas em clareiras pequenas e médias e negativas ou nulas nas clareiras grandes, comportamento esse de espécies tipicamente intolerantes à sombra, pois dificilmente sobrevivem a falta de luz solar. Dentre as espécies estudadas, Nectandra amazonicum Ness e Ocotea guianensis Aubl. apresentaram melhor desenvolvimento em clareiras nos períodos iniciais do estudo, porém com maior mortalidade ao final do período de 12 anos, o que comprova a intolerância à sombra das espécies, pois as mesmas necessitam totalmente de luz para sobreviver.