O Carcinoma invasivo de células escamosas resulta da progressão das lesões pré-invasivas
precursoras denominadas de neoplasia intra-epitelial cervical (NIC). Nos Estados Unidos
(EUA), estima-se que 12.990 novos casos foram diagnosticados e 4.120 mulheres serão
vítimas de câncer cervical em 2016. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o
ano de 2016 no Brasil indicam que o Carcinoma cervical estar em 3º lugar entre os 10 tipos de
Câncer mais incidentes, excluindo o de pele não melanoma. As evidências têm implicado o
Papilomavirus Humano (HPV) como o principal agente etiológico deste câncer. O sistema
imune do hospedeiro na grande maioria dos casos (80-90%) consegue debelar o vírus do HPV,
restando apenas uma menor parcela (10-20%) de mulheres que vão apresentar um quadro de
infecção persistente, podendo evoluir até o câncer cervical. Sabe-se que a evolução e o
surgimento do câncer cervical são influenciados por diversos fatores endógenos e exógenos,
dentre os quais: o sistema imune do hospedeiro, oncogenicidade do HPV, o estado nutricional,
a idade, escolaridade, número de gestações, uso de preservativos, sexarca, número de
parceiros sexuais ao longo da vida, entre outros, são fatores determinantes. Em relação à
resposta imune do hospedeiro, recentemente, vem sendo discutido o papel das células Tγδ,
uma subpopulação de células do sistema imune inato, em diferentes estudos. O papel das
células Tγδ e sua participação no microambiente tumoral ainda não está bem estabelecido. O
objetivo do presente estudo foi quantificar no sangue periférico o percentual dos linfócitos Tγδ e
correlacionar nos grupos de mulheres com neoplasias intraepitelial cervical (NIC) e Câncer
cervical. Além disso, pretende-se correlacionar essas variáveis com a presença do HPV,
citocinas, dados demográficos, clínicos, laboratoriais e histopatológico e avaliar o impacto na
patogênese das neoplasias de colo uterino e do câncer cervical. Em um primeiro momento do
estudo foi observado que os linfócitos T gama delta estão em maior quantidade no grupo de
pacientes sem neoplasias cervicais intra-epiteliais em comparação com os outros grupos,
contudo essa diferença não foi estatisticamente significativa. Porém, ainda precisa incluir no
presente estudo a quantificação das células Tγδ no grupo de pacientes com câncer cervical,
tipagem do HPV, a quantificação das citocinas e avaliar se há uma correlação com as
pacientes com câncer cervical, a fim de se entender o papel dessas células para a progressão
das neoplasias cervicais.