A pitiose é uma doença crônica causada pelo oomiceto aquático Pythium insidiosum, encontrado em regiões tropicais e subtropicais, com alta prevalência no Brasil, sobretudo na região do Pantanal Mato-Grossense. A doença pode acometer diversas espécies de animais domésticos, silvestres e humanos, porém, tem sua maior incidência nos equinos. Objetivou-se realizar um estudo retrospectivo a fim de identificar a prevalência de pitiose cutânea em equinos provenientes do município de Cuiabá-MT e regiões circunvizinhas, atendidos no Hospital Veterinário da Universidade de Cuiabá (UNIC), no período compreendido entre janeiro de 2006 e dezembro de 2015. Para tal, foram revisados laudos de biopsias de equinos, arquivados no Laboratório de Patologia Veterinária, UNIC (LPV/UNIC). Durante esse período foram realizadas 112 biopsias dessa espécie, das quais 23,2% (26/112) apresentaram diagnóstico de pitiose cutânea. Houve diferença significativa (P<0,05) quando comparadas as idades dos animais, ocorrendo a maioria dos casos (14/26; 53,8%) em equinos acima dos 37 meses. Não houve diferença significativa (P>0,05) entre os diagnósticos de pitiose nos períodos seco e chuvoso do ano. Os principais sinais clínico-patológicos descritos nos documentos avaliados foram presença de kunkers (100%) e de tecido de granulação (25/26; 96,1%), ulcerações nos membros locomotores (20/26; 76,9%), emagrecimento progressivo (19/26; 73%), prurido (15/26; 57,6%), ulcerações na região toracoabdominal (9/26; 34,6%) e na cavidade oral (1/26; 3,8%). A pitiose cutânea foi predominante (16/26; 61,5%) em animais da raça Pantaneira. Não foi observada diferença (P>0,05) nos diagnósticos de pitiose cutânea quando comparados os gêneros. Os resultados do presente estudo retrospectivo sugerem que a pitiose cutânea equina é endêmica na região de abrangência do LPV/HOVET-UNIC, sendo diagnosticada ao longo de todo o ano, sobretudo em animais adultos.